James David Vance foi anunciado nesta segunda-feira (15) como o candidato a vice do ex-presidente republicano Donald Trump (2017-2021) na eleição dos Estados Unidos em 5 de novembro.
JD Vance, como é chamado, tem 39 anos e desde janeiro de 2023 é senador pelo estado de Ohio.
Ele já integrou o Corpo de Fuzileiros Navais dos Estados Unidos e serviu como correspondente de combate (jornalista militar) na guerra do Iraque. Depois, estudou artes, ciências políticas e filosofia na Universidade Estadual de Ohio e direito na prestigiada universidade de Yale.
Ele foi assessor do senador republicano Bob Schuler, advogado corporativo e investidor na indústria de tecnologia.
Vance se tornou famoso em 2016, quando lançou seu livro de memórias, “Hillbilly Elegy”, no qual foram construídas as condições difíceis de sua infância e adolescência em Middletown, Ohio, numa família marcada pela pobreza e pelo vício.
O livro se tornou um best-seller e em 2020 um filme da Netflix, lançado no Brasil com o título “Era Uma Vez Um Sonho”, com Amy Adams fazendo o papel da mãe de Vance e Glenn Close interpretando sua avó.
Na campanha presidencial de 2016, ele chegou a criticar Trump, dizendo que não o via “oferecendo muitas soluções” para os Estados Unidos.
Porém, em entrevista à Fox News em 2021, ele disse ter aparecido. “Fui muito aberto sobre o fato de ter feito essas críticas, e me arrependo delas, me arrependo de ter errado sobre o cara [Trump]”, disse Vance.
Quando ele se candidatou ao Senado por Ohio, em 2022, Trump o apoiou. Porém, o ex-presidente não perdeu a chance de alfinetar o jovem candidato pela “desfeita” seis anos antes. “JD está beijando meu traseiro, ele quer demais meu apoio”, disse Trump durante um comentário naquele ano.
Eleito, Vance dedicou boa parte do seu mandato a cobrar explicações sobre o descarrilamento de uma composição ferroviária em East Palestine, no leste de Ohio, em fevereiro de 2023, que ocorreu na contaminação do ar, solo e cursos d'água da região com substâncias químicas perigosas.
O antes desafeto agora é um dos políticos mais próximos de Trump, a quem vem ganhando espaço com eventos de arrecadação de recursos para a campanha. No sábado (13), logo após o atentado contra o ex-presidente na Pensilvânia, Vance culpou os democratas pelo ataque.
“Hoje não foi apenas um incidente isolado. A base central da campanha de Biden é que o presidente Donald Trump é uma autoridade fascista que deve ser parado a qualquer custo. Essa retórica levou diretamente à tentativa de assassinato do presidente Trump”, acusou Vance, que é casado e tem três filhos.