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Opositor detido por Maduro morre na prisão

Opositor detido por Maduro morre na prisão

Um opositor do regime de Nicolás Maduro, identificado como Jesús Rafael Álvarez, de 44 anos, morreu na última quarta-feira (12) enquanto estava sob custódia da ditadura chavista na prisão de Tocuyito, localizada na província de Carabobo. A família de Álvarez afirma que ele foi vítima de tortura e maus tratos dentro da unidade prisional, conhecida por ser uma zona de transparência dos direitos humanos.

O caso, revelado inicialmente por meio de redes sociais e confirmado pela ONG Observatório Venezolano de Prisiones (OVP), expõe a intensa perseguição a opositores em curso desde a fraude eleitoral de julho, quando Maduro foi “eleito” para um terceiro mandato pelo seu chavista Conselho Nacional Eleitoral (CNE).

O filho de Álvarez, que não teve seu nome divulgado, disse que tomou conhecimento do falecimento de seu pai através de notícias na internet. Para confirmar a informação, ele teve que se dirigir até a prisão, onde conseguiu ver uma foto do corpo do pai. O filho disse à OVP que os agentes chavistas negaram inicialmente que seu pai estava morrido.

“Meu pai era uma pessoa saudável, não sofria de nada. Lá, eles o castigaram só por estar com fome. Se ele reclamava, eles o isolavam e amarravam. Se pedia para falar com a família, eles o espancavam. O meu pai foi castigado e o mataram na prisão”, disse o filho de Álvarez, aos prantos, em depoimento divulgado pelo OVP.

Álvarez foi preso no dia 2 de agosto, junto com sua esposa, Anny Suárez de Álvarez, no estado de Bolívar, enquanto participava das manifestações contra a fraude eleitoral de Maduro. Transferido um mês depois para a prisão de Tocuyito, ele se encontrou, conforme disse seu filho, sem assistência médica adequada e foi submetido a agressões constantes.

As marcas de violência no corpo de Álvarez foram notadas pelo filho ao observar a foto mostrada no presídio.

A esposa de Jesus permanece presa no mesmo local. O filho do casal, que tem apenas 20 anos, teve que assumir a responsabilidade de cuidar das duas irmãs mais novas, uma de 17 anos e outra de apenas sete. Ele afirma que sua mãe ainda não sabe sobre a morte do pai. O casal viveu junto os últimos 20 anos de suas vidas de forma inseparável.

“Hoje o meu pai está morto, mas não quero que minha mãe me seja entregue da mesma forma”, disse o filho, clamando pela liberdade da mulher.

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