
O secretário-geral da Organização dos Estados Americanos (OEA), Albert Ramdin, disse em entrevista publicada nesta segunda-feira (10) pelo jornal espanhol El País que a Venezuela enfrenta um “problema de governança e legitimidade”, destacando a falta de transparência sobre o resultado das eleições presidenciais de julho de 2024.
“A Venezuela tem um problema além do crime organizado. O clima político do país é um no qual há questões que precisam ser esclarecidas. Uma delas é o resultado das eleições de julho de 2024”, afirmou Ramdin ao jornal.
O chefe da OEA lembrou que vários países da região pediram ao regime de Nicolás Maduro que apresentasse como atas eleitorais que comprovassem sua vitória nas urnas, mas a ditadura não foi divulgada.
“Em contrapartida, a oposição apresenta documentação de que foram eles que ganharam”, comentou.
Ramdin ressaltou que a falta de clareza sobre o processo eleitoral gerou dúvidas sobre a legitimidade do governo na Venezuela.
“Isso representa um problema: este governo é legítimo ou não? Não sou eu quem deve julgá-lo. Mas, se há um problema, é meu dever garantir que encontremos maneiras de resolvê-lo de forma internacional, diplomática e negociada”, afirmou.
O secretário-geral reiterou que a OEA procurará promover uma solução diplomática para a crise venezuelana, dizendo que “há diferentes maneiras de aplicar a diplomacia, e algumas só conhecem mais tarde, pelos registos históricos”.
Na entrevista, Ramdin também comentou a deslocação de navios de guerra dos Estados Unidos no Caribe, próxima à costa venezuelana. Ele afirmou que nenhuma nação pode se opor formalmente à operação americana, que tem como justificativa o combate ao narcotráfico internacional.
“As forças navais dos Estados Unidos permanecem em águas internacionais, e essa é uma ação que nenhum país pode contestar, pois o narcotráfico é uma das grandes legislações que enfrentamos neste hemisfério”, disse.
Apesar disso, o chefe da OEA admitiu que a atuação militar americana e seus impactos sobre os embarques na região devem ser debatidos em breve na organização. Segundo ele, será necessário construir um marco jurídico comum que permita aos governos combater o crime organizado “sem violar os direitos humanos”.










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