O regime islâmico do Irã afirmou nesta terça-feira (29) que aumentou seu orçamento da defesa em quase 200%, um anúncio que acontece dias depois de Israel bombardear o território iraniano, em retaliação pelos ataques com mísseis contra o solo israelense no começo deste e em meio a um mês enorme na região.
“O orçamento do setor militar aumentou quase 200%”, relatou à porta-voz do governo, Fatemeh Mohajerani, em declarações divulgadas por meios de comunicação locais, como a agência de notícias Tasnim.
A porta-voz não deu mais detalhes sobre o aumento das despesas militares, que faz parte do Orçamento do Estado atualmente em debate no Parlamento.
Este é o primeiro orçamento de Estado do novo presidente do Irã, Masoud Pezeshkian, que chegou ao poder em julho, após a morte do então presidente Ebrahim Raisi em um acidente de helicóptero. Pezeshkian possuía um discurso de reaproximação do Irã com o Ocidente. No entanto, desde que chegou ao poder, a tensão só aumentou na região.
Logo após sua apresentação de posse, o líder político do grupo terrorista palestino Hamas, Ismail Haniyeh, foi eliminado em Teerã e, pouco depois, o chefe do grupo terrorista libanês Hezbollah, Hassan Nasrallah, foi eliminado em Beirute em um ataque israelense.
No começo deste mês, o Irã bombardeou Israel com cerca de 180 mísseis e, no último sábado (26), Tel Aviv retaliou atacando alvos militares em três províncias iranianas, incluindo Teerã, em ataques nos quais morreram cinco pessoas.
No início, as autoridades iranianas minimizaram o ataque, alegando que causaram apenas “danos militares”.
Mais tarde, o tom foi elevado, mas com nuances. O porta-voz do Ministério das Relações Exteriores iraniano, Ismail Baghaei, disse nesta segunda-feira (28) que o país utilizará todos os meios ao seu dispor para responder ao ataque, embora tenha esclarecido que “estão sendo trocadas mensagens” na região dada uma tensão existente.
Por sua vez, o comandante-chefe da Guarda Revolucionária do Irã, general Hossein Salami, alertou para consequências “inimagináveis” para Israel após o ataque, até agora a ameaça mais clara contra o estado israelense.