O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, declarou nesta sexta-feira (10), em uma mensagem de vídeo, que os próximos projetos do plano de cessar-fogo após a entrega dos reféns incluem a entrega das armas por parte do Hamas e a desmilitarização da Faixa de Gaza, mesmo que isso exija o uso da força.
“Estamos cercando o Hamas por todos os lados em preparação para as próximas etapas do plano, nas quais o Hamas será desarmado e Gaza será desmilitarizada. Se isso for alcançado por bem, que assim seja. Caso contrário, será alcançado por mal”, anunciou.
Netanyahu também enalteceu as decisões que seu governo vem tomando ao longo da experiência de guerra,
“Também digo que, para dizer o mínimo, não foi fácil. Tive que enfrentar enormes pressões, tanto internacionais quanto externas: pressão para não entrar em Rafah [do ex-presidente dos EUA, Joe Biden]pressão para não tomar o Eixo Filadélfia, pressão para não operar em outros cenários, pressão para parar a guerra e me retirar da Faixa, quando o Hamas, o Hezbollah, o regime de Assad e o Irã não tiveram auge de seu poder. Mas eu rejeitei firmemente todas essas pressões porque tinha apenas uma consideração em mente: a segurança de Israel”, declarou.
Netanyahu também agradeceu à sua equipe de negociação pela finalização do acordo, liderado por seu ministro das Relações Exteriores, Ron Dermer, e, acima de tudo, a Trump e seu enviado especial para o Oriente Médio, Steve Witkoff.
“Quero agradecer ao presidente Trump por sua liderança geral e esforços incansáveis para formular esse plano para o retorno dos reféns. Nesse sentido, ele também declarou mais uma vez sua grande amizade e carinho por nosso povo e nosso país”, concluiu Netanyahu.
Acordo em vigor
O acordo de cessar-fogo e o início da primeira fase do plano do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, para a Faixa de Gaza entrou em vigor nesta sexta-feira às 12h (horário local, 6h de Brasília), após a retirada das tropas israelenses da cidade de Gaza, conforme combinado no documento. Com isso, iniciou-se o período de 72 horas em que as 48 pessoas ainda mantidas em cativeiro deverão ser libertadas.
Após a retirada das tropas para a “linha amarela” dentro da Faixa – cor do mapa oferecido pela Casa Branca ao anunciar o acordo –, a Agência EFE Pudemos observar como os estoques de habitantes de Gaza foram deslocados para o norte, em direção à cidade de Gaza, pelas costas de Al Rashid.
As forças israelenses também abandonaram o posto de controle militar localizado no Corredor de Netzarim, ao sul da capital. Nesta primeira retirada, Israel permanece em cerca de 53% do território de Gaza, embora antes do cessar-fogo estivesse presente em mais de 80%.
O porta-voz militar em árabe, Avichay Adraee, confirmou em um comunicado que a circulação do sul para o norte de Gaza é permitida tanto por Rashid quanto pela estrada Salah al-Din, mas anuncia que o norte do enclave – Beit Hanoun, Beit Lahia e Shujaiya – continua sendo perigoso devido à “concentração de tropas”, assim como à entrada no Mar Mediterrâneo.
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