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O Hamas junta-se a outras facções para formar “governo de unidade”

O Hamas junta-se a outras facções para formar “governo de unidade”

Em uma “cúpula de reconciliação” na China, 14 facções palestinas, incluindo os grupos beligerantes Hamas e Fatah, mantiveram um acordo que contempla a formação de “um governo de unidade nacional temporária” com autoridade sobre todos os territórios palestinos (Faixa de Gaza, Cisjordânia e Jerusalém Oriental), de acordo com uma declaração do Hamas emitida nesta segunda-feira (22).

Esse governo seria formado sob o consenso das 14 facções palestinianas signatárias e a decisão do presidente, e regido pela Lei Básica Palestina, de acordo com o texto. Isso foi acordado por grupos, que também incluem a Jihad Islâmica, a Frente Popular para a Libertação da Palestina e a Frente Democrática para a Libertação da Palestina, para “unificar os esforços nacionais” para acabar com a guerra em Gaza e o que partilhar como a ” agressão israelense”, se referindo à contraofensiva após o massacre de 7 de outubro.

“As facções palestinas saudaram a opinião da Corte Internacional de Justiça (CIJ), que confirmou a ilegalidade da presença, ocupação e assentamentos israelenses” na Cisjordânia e em Jerusalém Oriental, disse a declaração do Hamas em seu discurso de abertura.

Na sexta-feira passada, o CIJ falou sobre a ocupação israelense nesses territórios ocupados por palestinos como “ilegal”.

Os signatários se comprometeram a manter a implementação desses acordos “para acabar com a divisão” entre eles, pactos que foram feitos graças ao papel desempenhado pelo Egito, Argélia, China e Rússia.

Entre os objetivos comuns propostos está a criação de um Estado palestino independente de sua capital em Jerusalém (um objetivo que os grupos já tinham individualmente) de acordo com as resoluções internacionais, especialmente 181 e 2334.

As facções afirmaram “o direito do povo palestino de resistir à ocupação” de acordo com o direito internacional, a ONU e o direito à autodeterminação, bem como de “resistir e frustrar” as tentativas israelenses de deslocar a população palestina.

O último ponto ao qual o Hamas aludiu é o compromisso comum dos grupos de tentar acabar com o “cerco bárbaro” de Gaza e da Cisjordânia, bem como de garantir a entrada de ajuda humanitária e médica “sem restrições ou condições”.

Esses acordos específicos são uma nova tentativa de reconciliação entre as facções, especialmente entre o islâmico Hamas e o secular Fatah, que estão em conflito desde 2007.

O Hamas expulsou à força o Fatah da Faixa de Gaza após o fracasso de um governo de unidade nacional que surgiu depois que os islâmicos venceram as eleições legislativas do ano anterior.

Desde a divisão, houve várias tentativas mal sucedidas de diálogo nos últimos anos entre o Fatah, que controla a Autoridade Nacional Palestina, o Hamas e outros grupos, como a Jihad Islâmica radical, que tem atuado ao lado do Hamas para esconder reféns capturados no dia 7 de outubro.

Por meio da Autoridade Nacional Palestina (ANP), os secularistas governam na Cisjordânia, no entanto seu presidente, Mahmoud Abbas, é cada vez mais impopular no território, enfrentando acusações de nepotismo, autoritarismo e corrupção.

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