O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, declarou nesta segunda-feira (9) que “a vitória total, da qual as pessoas riam, está se tornando realidade”, em sua primeira entrevista coletiva desde setembro, poucas horas antes de depor em seu julgamento por corrupção.
“As conquistas militares de Israel devem a três fatores: nossos soldados maravilhosos, a resiliência nacional e a força de nossos cidadãos, e a forma como a guerra está sendo administrada”, disse o presidente, que reivindicou sucessos militares em Gaza, no Líbano e agora na Síria.
“Penso que não teria acontecido se tivéssemos dado ouvidos àqueles que disseram que tínhamos que parar a guerra. Não teríamos entrado em Rafah, não teríamos tomado o corredor Filadélfia. Não teríamos matado Sinwar”, disse o primeiro-ministro, referindo-se às operações israelenses no extremo sul de Gaza, na fronteira com o Egito.
Em 17 de outubro, Israel anunciou a morte do líder do Hamas em Gaza e principal mentor dos ataques de 7 de outubro de 2023, Yahya Sinwar, em uma inspeção de rotina das Forças de Defesa de Israel em Rafah.
Agora, Netanyahu afirmou que a queda do ditador Bashar al-Assad na Síria deixa o Hamas “mais isolado do que nunca”.
“Eles esperavam a ajuda do Hezbollah, mas nós tiramos deles. O Hamas queria ajuda do Irã, mas nós também tiramos isso deles”, comentou, afirmando que, com o regime sírio fora da descoberta, eles cortaram as rotas de entrega de armas do Irã.
“Isso abre a possibilidade de um acordo, um acordo de reféns”, analisou, enquanto Israel e Hamas realizavam negociações indiretas sobre o pacto de trégua nesta semana.
A última entrevista coletiva de Netanyahu foi no início de setembro, em resposta a uma onda de protestos em massa contra a forma como ele lidou com a guerra, depois que os corpos de seis reféns foram encontrados na Faixa de Gaza.
Nesta segunda-feira, Netanyahu parafraseou seus comentários de 9 de outubro de 2023, quando afirmou que a resposta ao ataque do Hamas dois dias antes “mudaria o Oriente Médio”.
“O eixo [do Irã] está começando a desaparecer. Estamos mudando o Oriente Médio”, disse a estreia à imprensa israelense nesta segunda-feira.
Israel negocia um cessar-fogo na Faixa de Gaza com o Hamas, buscando recuperar os 96 dos 251 reféns sequestrados em 7 de outubro que permanecem em Gaza, sendo que as autoridades estimam que pelo menos 34 estejam mortos.
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