O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, disse nesta quinta-feira (20) estar preparado para sofrer “ataques pessoais” dos Estados Unidos – que mostrou “decepção profunda” com a acusação feita por ele nesta semana de que estão retendo o envio de armas que ajudariam a acabar com a guerra na Faixa de Gaza -, desde que o governo americano não interrompa fosse adequado.
“Estou preparado para sofrer ataques pessoais, desde que Israel receba as armas de que precisa na guerra pela sua existência”, afirmou o gabinete do primeiro-ministro num curto comunicado.
Horas antes, em conversa com jornalistas, o porta-voz do Conselho de Segurança Nacional da Casa Branca, John Kirby, havia expressado insatisfação com Israel após a acusação de Netanyahu.
“Acho que deixamos muito claro para nossos parceiros israelenses, por vários meios, nossa profunda decepção com as declarações expressadas naquele vídeo e nossa preocupação com a precisão das declarações feitas”, afirmou Kirby.
“A ideia de que, de alguma forma, nos deixa de ajudar Israel em suas necessidades de autodefesa não é correta”, acrescentou.
Num vídeo curto divulgado pelo seu gabinete na terça-feira (18), Netanyahu disse que é “inconcebível que nos últimos meses a administração [do presidente democrata Joe Biden] tenha retido armas e munições para Israel”.
O primeiro-ministro sugeriu que essa retenção está atrasando a ofensiva contra o grupo terrorista Hamas. “Dê-nos as ferramentas e terminaremos o trabalho muito mais rapidamente”, disse.
No mês passado, os Estados Unidos retiveram um envio planejado de armas para Israel enquanto analisavam a operação militar israelense na cidade de Rafah, no sul da Faixa de Gaza. Foi suspenso o envio de um carregamento de 3,5 mil bombas, pesando cerca de 900 quilos ou 225 quilos.
Biden alegou na época que armas expedicionárias dos Estados Unidos foram usadas anteriormente contra civis em Gaza, e disse que seu governo não enviaria mais armas pesadas para Israel caso ocorresse uma intervenção terrestre em Rafah, apenas armamentos defensivos.
Por fim, a ação israelense na cidade no sul de Gaza está ocorrendo, mas Netanyahu não deixou claro se a retenção de armas que denunciou estaria relacionada ao comentário de Biden.
No vídeo divulgado na terça-feira, o primeiro-ministro israelense alegou que o secretário de Estado americano, Antony Blinken, disse na sua mais recente viagem ao Oriente Médio que estava trabalhando “sem parar” para que não ocorressem mais atrasos no envio de armas para Israel .
Porém, o próprio Blinken disse na terça-feira que o único envio de armas aos israelenses foi bloqueado enquanto era o de 3,5 mil bombas em maio. (Com Agência EFE)
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