A Procuradoria-Geral do Peru anunciou na noite de quinta-feira (5) que abriu uma investigação preliminar contra a presidente do país, Dina Boluarte, sobre supostos crimes de omissão de atos funcionais e abandono de carga.
Segundo comunicado do Ministério Público divulgado no X, o presidente não teria informado ao Conselho de Ministros e ao Congresso da República que esteve impedido temporariamente de exercer a presidência entre 29 de junho e 9 de julho de 2023, devido a uma cirurgia.
Segundo o jornal El Comércio, o ex-presidente do Conselho de Ministros Alberto Otárola confirmou que Boluarte passou pela operação no ano passado.
Nesta sexta-feira (6), numa cerimônia numa escola de formação policial na região de Lima, o presidente criticou a abertura da investigação.
“Chega de polarizar nossa sociedade. Chega de rumores de vaga presidencial. O Peru aprendeu que, com esta ruptura da democracia e do Estado de Direito, é o Peru que perde”, afirmou Boluarte.
“O que cada cidadão quer viver em paz e em democracia, e não estar sempre dando saltos no vazio com essas vozes que vêm de diferentes lugares, esses grupos que amam de estar no poder sem nunca venceram uma eleição democrática. A eles dizemos, faça o que fazerem, digam o que disserem, continuemos trabalhando”, disse o presidente.
Boluarte está no cargo desde dezembro de 2022, quando foi nomeado após uma fracassada tentativa de autogolpe do então presidente Pedro Castillo, destituído pelo Parlamento do Peru e preso em seguida.
Desde então, Boluarte foi alvo de pedidos de impeachment, por suposta responsabilidade na repressão violenta a protestos que pediam a volta de Castillo e por acusações de enriquecimento ilícito, mas os processos no Legislativo não foram adiante. Em maio, seu irmão, Nicanor Boluarte, foi preso por suspeitas de tráfico de influência.
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