O ministro da Defesa da Coreia do Sul, Kim Yong-hyun, apresentou nesta quarta-feira (4) sua demissão e pediu desculpas aos sul-coreanos “por causar confusão e preocupação” com a aplicação da lei marcial, medida que também fez com que se tornou alvo de um pedido de impeachment por parte da oposição.
Kim colocou sua carga à disposição do presidente sul-coreano, Yoon Suk-yeol, e expressou sua intenção de “assumir a responsabilidade por todos os assuntos relacionados com a lei marcial”, em um comunicado publicado pelo Estado-Maior Conjunto sul-coreano ( JCS).
“Todos os soldados que cumprem os seus deveres relacionados com a lei marcial seguem as instruções do Ministério, e toda a responsabilidade recai sobre mim”, declarou Kim.
A lei marcial “foi revogada e a população regressou às suas vidas quotidianas, mas a situação política e de segurança interna não são simples”, acrescentou o ministro, que enfatizou que farão “todos os esforços para garantir que não haja perturbações nas operações de defesa nacionais “.
Kim teria sido uma das autoridades de Defesa que sugeriu que Yoon recorresse à lei marcial para lidar com a complexa situação política que seu governo minoritário enfrentava, segundo a imprensa local.
Yoon anunciou a imposição da medida em um pronunciamento televisivo antes da meia-noite desta quarta-feira para, segundo ele alegou, proteger a “ordem constitucional” de “atividades anti-estatais”, pelas quais acusou diretamente o principal bloco da oposição, o Partido Democrata (PD).
No entanto, a oposição, que controla a Assembleia Nacional, apresentou uma moção para revogar a medida cerca de seis horas depois de esta ter sido declarada por Yoon, forçando o Executivo a retirar a medida, e depois de as tropas sul-coreanas terem tentado ocupar o Parlamento, protagonizando debates com políticos, funcionários e jornalistas.
Posteriormente, os seis partidos da oposição apresentaram nesta quarta-feira um movimento parlamentar para destituir Yoon, enquanto o PD iniciou com outra iniciativa semelhante contra o ministro da Defesa.
As forças da oposição consideram ambos responsáveis pela violação da Constituição por terem aplicado a lei marcial sem razões suficientes.
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