Reportagem do jornal britânico Tempos Financeirospublicado neste sábado (18), revelou que figuras próximas do ditador da Venezuela, Nicolás Maduro, estariam em estado de “paranóia” após o anúncio do presidente norte-americano Donald Trump, na última quarta-feira (15), de que autorizou a CIA a realizar operações secretos na Venezuela.
Segunda apuração do Tempos Financeirosrepresentantes do alto escalonamento do regime de Maduro trocaram de celular, estão dormindo em diferentes locais a cada noite e trocaram seus guarda-costas cubanos por novos contingentes de Havana.
“O protocolo de segurança determina que as autoridades se movam constantemente entre diferentes locais”, disse um general venezuelano ativo ao jornal, acrescentando que eles estão se movendo entre Caracas e as cidades britânicas de Valência e Maracay.
Fontes nas forças de segurança descrevem a existência de uma “caça às bruxas” a possíveis dissidentes dentro das fileiras do regime. “Eles acusam qualquer um de traidor”, disse um policial. “Eles estão nos espionando, de olho no que dizemos nos corredores e online.”
Analistas militares disseram ao Tempos Financeiros que as forças armadas venezuelanas estão em péssimo estado de prontidão para lutar contra um inimigo externo, com muitos equipamentos inutilizáveis por falta de manutenção ou peças de reposição.
“O exército venezuelano só parece forte porque está lutando contra civis desarmados”, disse uma figura da oposição, aludindo ao papel do exército na repressão à dissidência. No entanto, Maduro também comandou cerca de um milhão de milícias irregulares armadas que poderiam ser usadas para resistir a uma incursão americana.
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Entenda o conflito entre os EUA e a ditadura de Maduro na Venezuela
O governo Trump acusa Maduro e altos funcionários de seu regime liderado pelo Cartel de Los Soles, que atuam no tráfico de drogas diretamente para o território americano. O grupo criminoso tem vínculos com a gangue venezuelana Trem de Aragua, que ampliou suas atividades na América Latina e também ficou conhecido nos últimos anos pela presença nos Estados Unidos.
Recentemente, Trump autorizou a CIA a realizar operações secretas na Venezuela. A autorização representa uma escalada da pressão contra o regime do ditador Nicolás Maduro, permitindo à CIA agir dentro ou fora do território venezuelano. Trump confirmou a medida em entrevista na Casa Branca, afirmando que “a Venezuela está sentindo a pressão” e que o regime de Maduro estaria “esvaziando prisões para enviar criminosos aos Estados Unidos”.
A operação se soma ao envio de oito navios de guerra e um submarino nuclear para o Caribe, além de caças F-35 baseadas em Porto Rico, que já destruíram embarcações ligadas a carrinhos de drogas venezuelanos, segundo o governo americano. “Temos o mar sob controle”, disse Trump, acrescentando que não descartamos ações terrestres “porque as drogas e o crime vêm de lá [da Venezuela]”.
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