O ditador da Venezuela, Nicolás Maduro, deu início nesta terça-feira (1º) ao inusitado “Natal antecipado” no país, evento que, segundo ele, deve durar até o dia 15 de janeiro de 2025, dias após sua “posse” para um terceiro mandato como líder venezuelano, que deve ocorrer no dia 10 de janeiro, ato fruto da fraude eleitoral ocorrida durante as eleições de julho.
O “Natal antecipado”, segundo Maduro, é uma “homenagem” e “agradecimento” ao povo venezuelano, que, em suas palavras, mantenha “garantido sua vitória nas urnas”. Diversos venezuelanos estão sendo presos arbitrariamente no país por se posicionarem contra o regime chavista e a fraude eleitoral.
Na abertura das “festividades”, Maduro confirmou que a celebração de seu Natal deve seguir até janeiro.
“De 1º de outubro a 15 de janeiro, já lhes digo, com esta bela canção que vamos interpretar, feliz Natal em paz e felicidade. Feliz Ano Novo e nos vemos nas ruas e praças”, declarou em seu programa de TV semanal o líder chavista, que teve suas palavras acompanhadas da execução de uma canção infantil.
O anúncio sobre o “Natal antecipado”, que foi feito por Maduro no início de setembro, não foi bem recebido pelos setores religiosos da Venezuela. A Conferência Episcopal da Venezuela (CEV) foi manifestada publicamente contra o uso da festividade para fins políticos.
“Essa festividade não deve ser utilizada com fins propagandísticos nem políticos particulares”, afirmou a CEV à época por meio de um comunicado.
Em seu programa semanal nesta segunda-feira (30), Maduro não deixou a crítica passar despercebida. O ditador chavista criticou duramente a Conferência Episcopal e ironizou seus sacerdotes.
“Uns tipos de batina vieram para dizer que só há Natal se eles o decretarem. Não, não, senhor de batina, aqui você não decreta nada. Jesus Cristo pertence ao povo, o Natal é do povo e o povo celebra quando quiser celebrar o seu Natal”, afirmou Maduro, em tom provocativo.
Conforme informações, as comemorações do Natal de Maduro já estão sendo marcadas por eventos organizados pelo regime chavista em diversas partes do país. A capital, Caracas, foi palco de atos oficiais, sendo decorada com luzes, árvores de natal e enfeites típicos, e espaços públicos, como praças e ruas, ganharam túneis de luzes e figuras temáticas.
Enquanto Maduro comemora, os venezuelanos ainda enfrentam uma grave crise econômica, com milhões de danos decorrentes da escassez de alimentos, medicamentos e serviços básicos. Contudo, o regime chavista parece ter determinado prolongar a temporada natalina como uma tentativa de distrair a população e fortalecer sua base de apoio em meio ao crescente descontentamento.
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