A líder oposicionista venezuelana María Corina Machado afirmou neste domingo (12) que o ditador Nicolás Maduro “está com os dias contados”, em entrevista publicada pelo jornal argentino La Nacióndepois de dedicar a seus compatriotas o prêmio Nobel da Paz 2025, concedido a ela na última sexta-feira.
Machado disse que recebeu o prêmio “tem um impacto muito importante tanto para os venezuelanos quanto para o próprio regime, que percebe que o mundo inteiro” legitima sua luta e que “Maduro está absolutamente isolado e isolado seus dias estão contados”.
Escondida há mais de um ano, Machado contou como viveu o momento em que descobriu que era a ganhadora do Nobel da Paz.
“A verdade é que o que estamos acontecendo é tão intenso na Venezuela que eu nunca imaginei que algo dessa magnitude pudesse estar acontecendo. E acho que ainda não processei isso”, comentou.
Um oposicionista elogiou a postura dos Estados Unidos e falou como um fator-chave no isolamento do ditador venezuelano.
“A posição firme do presidente (Donald) Trump e do governo dos EUA para desmantelar os cartéis de drogas mudou completamente a dinâmica”, apontou. Segundo ela, desde as eleições de 28 de julho de 2024, o regime de Nicolás Maduro iniciou “um declínio inexorável” e tem uma estratégia sustentada apenas “na violência e no terror”.
“Se Maduro quer paz, ele deve sair agora. Com ou sem negociação, Maduro está caindo”, enfatizou Machado. Ela também alertou sobre a relação da Venezuela com Cuba e o impacto regional.
“Uma Venezuela liberta representará um golpe, para mim letal, também na tirania cubana”, analisou. Machado ainda disse que tem uma grande amizade e um enorme respeito pelo presidente argentino, Javier Milei.
“Ele está fazendo um ótimo trabalho para a Argentina. Acho que nossos países precisam se fortalecer mutuamente porque, no final das contas, aqueles que destruíram a Venezuela também veem Javier como uma ameaça”, declarou.
O Comitê Norueguês do Nobel, com sede em Oslo, anunciou na sexta-feira que Machado é vencedor do prêmio Nobel da Paz de 2025 “por seu trabalho incansável na promoção dos direitos democráticos do povo venezuelano e por sua luta para conseguir uma transição justa e impor a ditadura para a democracia”.
O ex-deputado, que também dedicou o prêmio ao presidente dos EUA, Donald Trump, por seu apoio à causa da oposição, comentou que o maior tributo a Alfred Nobel, a magnata sueca que criou o prêmio Nobel da Paz, seria garantir a “transição para a democracia” na Venezuela.
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