O presidente da França, Emmanuel Macron, acusou nesta quinta-feira (5) a oposição de procurar criar “desordem” no país, depois que o primeiro-ministro Michel Barnier foi destituído francês por uma votação na Assembleia Nacional, a câmara baixa do Parlamento , na quarta-feira (4).
No pronunciamento transmitido pela televisão, Macron disse que “a extrema direita e a extrema esquerda se uniram em uma frente antirrepublicana” na aprovação de uma moção de desconfiança contra o chefe de governo e afirmou que tal decisão teve motivações políticas.
“Eles não votaram para construir, mas para destruir, para criar desordem. Por que agiram assim? Não cabe ao Parlamento proteger vocês [franceses]proteger suas alterações? Eles só estão pensando nas eleições presidenciais. Estamos preparando o terreno para as eleições presidenciais. Eles querem criar caos”, acusou o presidente.
Macron disse que cumprirá seu segundo mandato até o fim, em 2027, e prometeu nomear “nos próximos dias” um novo primeiro-ministro “que vai cobrir todos os aspectos da vida política” francesa.
“O mandato que vocês me deram é de cinco anos, e vou cumpri-lo até o fim. Você garantirá que nossas instituições continuem a funcionar e vocês continuem a receber benefícios da previdência social”, afirmou o presidente.
A coalizão de esquerda Nova Frente Popular (NFP) e o partido de direita nacionalista Reagrupamento Nacional (RN) foram os responsáveis pela maioria dos 331 votos que destituíram Barnier.
Como ambos somam mais da metade das cadeiras na Assembleia Nacional, eles podem destituir qualquer premiê que os desagrade caso juntem forças – Barnier esteve há apenas três meses sem carga e teve um movimento de desconfiança contra ele aprovado devido à insatisfação dos dois grupos políticos com as políticas de austeridade das suas propostas de orçamento.
Nesta quinta-feira, apoiadores de Macron pediram que o presidente indicasse rapidamente um novo primeiro-ministro, responsável pela formação e chefia do governo.
Yaël Braun-Pivet, presidente da Assembleia Nacional e membro do Ensemble, partido de Macron, pronunciou-se sobre o assunto em entrevista à rádio France Inter.
“Recomendo que ele decida rapidamente sobre um novo primeiro-ministro. Não deve haver nenhuma hesitação política. Precisamos de um líder que possa falar com todos e trabalhar para aprovar um novo projeto de lei orçamentária”, disse a deputada.
Na quarta-feira, a deputada esquerdista Mathilde Panot pediu eleições presidenciais antecipadas, enquanto Marine Le Pen, líder do RN, disse que seu partido está disposto a apoiar o próximo primeiro-ministro, desde que sejam cumpridas algumas demandas, como “respeito” a participantes da legenda.
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