O líder do Partido Conservador do Canadá, Pierre Poilievre, acusou o primeiro-ministro Justin Trudeau de causar “caos no governo” após a renúncia inesperada da vice-primeira-ministra e ministra das Finanças, Chrystia Freeland.
Poilievre fez nesta segunda-feira (16) um apelo por eleições antecipadas imediatas, destacando a necessidade de uma transição de governo antes da posse de Donald Trump como presidente dos Estados Unidos, em 20 de janeiro de 2025.
A saída de Freeland foi anunciada nas redes sociais poucas horas antes da apresentação da Declaração Econômica de Outono, que deveria detalhar “reformas históricas” planejadas pelo governo Trudeau, incluindo medidas econômicas em resposta às tarifas impostas por Trump sobre produtos canadenses. Em sua carta de demissão, Freeland criticou diretamente a estratégia econômica do governo.
“Isso significa, neste momento, manter nossa pólvora fiscal seca para que tenhamos as reservas permitidas para a próxima guerra tarifária. Isso significa evitar pantomimas políticas dispendiosas”, afirmou.
Poilievre usou a renúncia da agora ex-vice-premiê como uma prova clara de que até mesmo as principais figuras do gabinete não definem mais no primeiro-ministro. Ele enfatizou seu pedido por uma “eleição imediata”, enquanto também pressionava Jagmeet Singh, líder do Novo Partido Democrático (NPD), a retirar o apoio ao governo para forçar a convocação de um novo pleito.
Freeland era vista como uma das principais aliadas de Trudeau, mas sua decisão de deixar o governo surpreendeu tantos analistas quanto às figuras políticas. Em sua carta de demissão, Freeland destacou que o Canadá deve “encarar a ameaça de Trump com extrema gravidade”, sinalizando sua preocupação com a atual estratégia do governo para lidar com os desafios econômicos e políticos que serão pela nova liderança americana.
A pressão por eleições antecipadas ocorre em um momento crítico para o Canadá, que, além de lidar com as ameaças de Trump, tem que enfrentar o clima de instabilidade política dentro do Partido Liberal, com base no governo vigente.