Na sua primeira grande entrevista desde que substituiu o presidente Joe Biden como candidato democrata à Casa Branca, a vice-presidente dos Estados Unidos, Kamala Harris, disse que sempre combateu a imigração ilegal e que cogita nomear um republicano para o seu gabinete caso seja eleito em 5 de novembro.
Kamala concedeu uma entrevista à âncora da CNN Dana Bash, conversa que será veiculada na íntegra pela emissora americana na noite desta quinta-feira (29), mas que teve trechos divulgados mais cedo. Ela esteve acompanhada pelo vice na sua chapa, Tim Walz.
“Acho que o aspecto mais importante e significativo da minha perspectiva política e decisões é que meus valores não mudaram”, disse Kamala.
“Meus valores em relação ao que precisamos fazer para proteger nossa fronteira – esses valores não mudaram. Passei dois mandatos como procuradora-geral da Califórnia processando organizações criminosas transnacionais, evidentes das leis americanas, em relação à passagem ilegal de armas, drogas e seres humanos através da nossa fronteira. Meus valores não mudaram”, argumentou a democrata.
A migração ilegal é um dos temas mais envolvidos pela oposição republicana, cujo candidato presidencial é novamente Donald Trump, na corrida eleitoral deste ano.
No final de julho, poucos dias após Biden desistir da campanha pela reeleição, a Câmara dos Estados Unidos, dominada pelos republicanos, aprovou uma resolução condenando o presidente e Kamala pela crise migratória na fronteira com o México. O vice-presidente vem sendo acusado de oposição de ter falhado como “czarina da fronteira”.
Na entrevista ao bilionário Elon Musk, dono do X, no último dia 12, Trump culpou Kamala pela imigração ilegal.
“Ela era a czarina da fronteira, você não precisa chamá-la assim, mas ela estava carregada da fronteira, e a fronteira não é o pior momento possível”, disse Trump.
O governo Joe Biden afirma que, em março de 2021, o presidente designou Kamala para liderar a coordenação com os governos da Guatemala, Honduras e El Salvador, de onde saem muitos migrantes ilegais que chegam aos Estados Unidos pela fronteira com o México, com o objetivo de melhorar as condições de vida nesses países, e não combater diretamente a migração ilegal.
Na entrevista desta quinta-feira, Kamala disse que cogita a ideia de nomear um republicano para algum cargo num eventual governo dela.
“Acho que é importante para as pessoas à mesa, quando algumas das decisões mais importantes estão sendo tomadas, com visões e experiências diferentes. E acho que seria benéfico para o povo americano ter um membro do meu gabinete que fosse republicano”, afirmou.
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