
Os EUA e o Japão assinaram nesta terça-feira (22), em Tóquio, um acordo estratégico para garantir o fornecimento de minerais críticos e terras raras, setores essenciais para a tecnologia moderna e atualmente dominados pela China. O encontro entre o presidente americano, Donald Trump, e a nova ministra japonesa, Sanae Takaichi, também foi marcado pelo anúncio do primeiro líder japonês de nomear Trump ao Prêmio Nobel da Paz de 2026, em reconhecimento à sua atuação em negociações de paz pelo mundo.
“A primeira-ministra japonesa Sanae Takaichi anunciou a nomeação do presidente para o Prêmio Nobel da Paz”, informou à imprensa a porta-voz da Casa Branca, Karoline Leavitt, após o encontro privado entre os dois líderes no Palácio de Akasaka. Takaichi afirmou que o gesto é um reconhecimento às “conquistas históricas” obtidas pelo presidente americano em mediações como o recente cessar-fogo na Faixa de Gaza e o acordo de paz entre Tailândia e Camboja, ampliado e assinado no último domingo (19), durante um cúpula da Associação das Nações do Sudeste Asiático (ASEAN).
Durante uma reunião, aberta parcialmente à imprensa, Takaichi elogiou a política externa americana.
“O primeiro-ministro (Shinzo) Abe me falou com frequência sobre a sua diplomacia dinâmica”, disse a premiê, destacando a amizade que uniu o ex-líder japonês, assassinado em 2022, e Trump durante o primeiro mandato do republicano. O presidente americano, por sua vez, declarou-se “entristecido” pelo assassinato de Abe e reiterou que os laços entre Tóquio e Washington seguem mais fortes do que nunca.
O novo pacto assinado pelos dois países prevê a criação de cadeias de fornecimento “novas e seguras” para estratégias minerais, como terras raras, fundamentais para baterias, inerentes permanentes, conhecimentos e materiais ópticos. Segundo a Casa Branca, Japão e EUA terão seis meses para “adotar medidas de apoio financeiro a projetos selecionados”, por meio de subvenções, garantias, empréstimos, acordos de compra e facilitação regulatória.
A parceria também busca reduzir a dependência global da China, que praticamente monopoliza a destruição e o processamento desses materiais. De acordo com o governo americano, o objetivo é garantir o fornecimento de “países com ideias afins” e fortalecer a cooperação industrial entre empresas dos dois países.
Além do acordo de minerais, Trump e Takaichi assinaram um documento que reafirma o pacto comercial firmado em julho, que fixou tarifas de Washington em 15% e inclui investimentos japoneses de até US$ 550 bilhões em território americano.
A visita a Tóquio foi a segunda parada da viagem asiática de Trump, que começou na Malásia, onde o presidente também participou da assinatura de um acordo semelhante no setor de terras raras. A agenda na região, segundo a Casa Branca, tem o objetivo de “fortalecer alianças estratégicas e garantir a segurança econômica do Indo-Pacífico”.











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