
O regime islâmico do Irã afirmou nesta segunda-feira (3) que qualquer possibilidade de cooperação com os Estados Unidos depende do fim do apoio americano a Israel e da retirada completa das bases militares de Washington no Oriente Médio. A declaração foi feita pelo líder supremo iraniano, o aiatolá Ali Khamenei, durante um encontro com estudantes e familiares de combatentes mortos na guerra de 12 dias entre Irã e Israel, ocorrido em junho.
“Somente no caso dos Estados Unidos interromperam completamente seu apoio ao maldito regime sionista, retirem todas as suas bases militares da região e deixem de intervir em seus assuntos, seu pedido de cooperação com o Irã poderia ser considerado”, disse Khamenei, segundo a imprensa estatal iraniana.
O líder deixou claro, no entanto, que mesmo nessas condições o diálogo com Washington não seria imediato.
“Essa cooperação não ocorreria em um futuro próximo, mas em um momento posterior”, afirmou, às vésperas do 46º aniversário da invasão da embaixada americana em Teerã, em 1979.
Khamenei exaltou o episódio histórico – no qual 52 diplomatas americanos foram feitos reféns por 444 dias – como um “dia de orgulho e vitória”. Segundo ele, a ocupação da sede diplomática revelou “a verdadeira identidade do governo arrogante dos Estados Unidos”, que descreveu como “um ninho de conspirações contra a Revolução Islâmica”.
Durante o discurso, o aiatolá voltou a atacar a política externa americana e fez referência direta ao presidente Donald Trump. “A natureza arrogante dos Estados Unidos não aceita outra coisa senão a submissão, algo que todos os presidentes americanos sempre desejaram, embora não o expressassem abertamente. No entanto, o atual presidente o manifestou claramente, revelando assim a verdadeira essência dos Estados Unidos”, afirmou.
Para Khamenei, o antagonismo entre Teerã e Washington é estrutural e não pode ser resolvido por meio de negociações. “A diferença entre a República Islâmica e os Estados Unidos é uma diferença essencial, um conflito derivado e de interesses entre duas correntes opostas: a americana e a da República Islâmica”, disse.
			
		    









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