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González se diz “moralmente preparado” para prisão na Venezuela

González se diz “moralmente preparado” para prisão na Venezuela

Em entrevista à agência EFE nesta segunda-feira (25) em Madri, o principal candidato oposicionista na eleição presidencial de julho na Venezuela, Edmundo González, reiterou que pretende voltar ao país para tomar posse em 10 de janeiro, mas se disse “moralmente preparado ”para ser detido caso o chavismo cumpra as ameaças que fizeram contra ele.

Há duas semanas, Diosdado Cabello, ministro do Interior, Justiça e Paz da ditadura de Nicolás Maduro, afirmou que, se González realmente regressar ao país, as forças chavistas estarão no aeroporto para prendê-lo.

O candidato oposicionista, reconhecido pelos Estados Unidos, Argentina e outros países como o vencedor da eleição presidencial na Venezuela (o Conselho Nacional Eleitoral chavista sustenta que Maduro venceu o pleito), está no asilo político na Espanha, para onde passar em pouco setembro após ter sua prisão decretada pela Justiça venezuelana, dominada pela ditadura.

“O que ainda não tenho passagem [para voltar]mas o meu plano é estar lá [em Caracas]. Os planos são voltar a Caracas no dia 10 de janeiro e tomar posse nesse dia”, disse González. Questionado sobre as ameaças do chavismo, disse que, “bom, vai haver uma tensão”, mas afirmou que ainda acredita em negociações para uma transição de poder.

“Haverá negociações prévias que permitirão, se Deus quiser, uma transição ordenada. Poderia haver coexistência em solo venezuelano”, disse González. O oposicionista afirmou que o chavismo teria espaço numa Venezuela presidida por ele.

“Haverá uma transição onde as bases populares poderão ter um espaço e o chavismo poderá encontrar um espaço. O chavismo é uma força política que permanecerá no país”, disse. Sobre Maduro, afirmou que, como “termina o mandato”, o ditador “vai seguir o seu boato”. “Poderia ser apenas mais um cidadão, é claro”, referiu.

A respeito das Forças Armadas, que já reafirmaram “lealdade” ao ditador da Venezuela, González alegou que há “comandos militares dos generais nomeados por Maduro, mas é uma liderança muito pequena”, e isso não quer dizer adesão total das forças de segurança ao chavismo.

“Pode-se dizer que talvez a liderança esteja mantendo a estabilidade do regime, mas a base e os pontos médios das Forças Armadas são o reflexo da sociedade venezuelana”, disse González, ao argumentar que “estão passando pelas mesmas situações” do restante da população da Venezuela, como a inflação e as deficiências na área da saúde.

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