Edmundo González, candidato à presidência da Plataforma Unitária Democrática (PUD), principal bloco de oposição ao chavismo, foi o único dos concorrentes na eleição de domingo (28) que não compareceu nesta sexta-feira (2) a uma audiência em Caracas convocada pelo Tribunal Supremo de Justiça (TSJ) da Venezuela.
A presidente do corte, a juíza chavista Caryslia Rodríguez, havia convocado o encontro para que “todos os sujeitos envolvidos” se comprometessem a respeitar a decisão que o corte tomará sobre o resultado do pleito. Não há prazo para que essa decisão seja anunciada.
O Conselho Nacional Eleitoral (CNE), dominado pelo chavismo, proclamou o ditador Nicolás Maduro vencedor da eleição, resultado que ratificou nesta sexta-feira, sem, no entanto, apresentando as atas de votação. A PUD sustenta que copia das ações que teve acesso comprovaram que González foi o vencedor.
Segundo informações do site Efecto Cocuyo, os outros nove candidatos deveriam ser no TSJ nesta sexta-feira e apenas um deles, Enrique Márquez, do partido Centrados, se decidiu a negociar o compromisso apresentado por Rodríguez.
“Recusei-me a enviar o documento de notificação porque não me sinto notificado de nada. Espero que este assunto não sirva para o CNE se esconder debaixo das togas dos magistrados. Exijo que os resultados sejam publicados”, disse Márquez, que afirmou que solicita uma auditoria das eleições presidenciais ao TSJ.
Maduro criticou González, ameaçado de prisão pelo chavismo, por não comparecer ao tribunal, nem enviar representante.
“Se o senhor não respeita o mais alto tribunal da república, quais os passos próximos, voltar a pedir um assalto ao poder? A Venezuela está em paz e continuará em paz, e nada nem ninguém vai perturbar a paz”, disse Maduro.
O ditador afirmou ter 100% das atas de votação e que eles comprovariam sua vitória, e prometeu apresentar cópias desses documentos.
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