O candidato da maior coligação opositora da Venezuela, Edmundo González Urrutia, rechaçou nesta quinta-feira (22) a decisão do Tribunal Supremo de Justiça (TSJ) que confirmou a vitória do ditador Nicolás Maduro nas eleições presidenciais.
“A soberania reside de forma intransferível no povo. Os órgãos do Estado emanam da soberania popular e estão sujeitos a ela. Não usurparão a verdade”, escreveu o candidato da Plataforma Unitária Democrática (PUD), considerado o vencedor das eleições por diversas organizações nacionais e internacionais.
O TSJ apresentou a “validação” dos resultados eleitorais, a pedido de Maduro, que apresentou um recurso de amparo que nunca chegou a ser divulgado e pelo qual os dez ex-candidatos presidenciais foram convocados ao tribunal, embora González tenha se recusado a comparecer, por considerar que a verificação não é responsabilidade do órgão jurídico, mas sim do Conselho Nacional Eleitoral (CNE).
A Salta Eleitoral do TSJ validou “os resultados da eleição presidencial do dia 28 divulgados pela CNE”, disse hoje as altas autoridades do Estado e representantes diplomáticos à presidente do Supremo, a chavista Caryslia Rodríguez, que liderou uma perícia judicial.
A decisão do Supremo foi a que González e outros opositores esperavam, por considerarem que o tribunal é “tendencioso”, ao contrário do que afirma Maduro, que defende a sua imparcialidade.
Horas antes da sentença ser proferida, o candidato da PUD tinha alertado que a decisão judicial “só agravará a crise” que o país atravessa depois da questionada vitória que o órgão eleitoral concedeu a Maduro.
Da mesma forma, o opositor disse que os venezuelanos não estão desejando a “abrir mão da liberdade” ou fazer “direito de mudar em paz para viver melhor” após as eleições presidenciais, como o PUD indicou que seu candidato venceu, segundo 83, 5% das atas que coletou através de fiscais e membros das mesas de votação, documentos que o governo qualifica como “falsos”.
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