A ministra da presidência da Bolívia, María Nela Prada, afirmou nesta quinta-feira (27) que o destituído comandante militar Juan José Zuñiga, que liderou um grupo de soldados para tomar a sede do governo boliviano, confessou que não poderia “consumir os objetivos da revolta” porque seus reforços “demoraram a chegar”.
O ministro leu hoje durante uma coletiva com meios de comunicação o depoimento de que a polícia tomou de Zuñiga após sua captura.
Segundo Prada, quando perguntaram a Zuñiga o motivo pelo qual os objetivos do levante não foram realizados, ele teria admitido que “as unidades de Viacha demoraram a chegar” e que “o pessoal da Marinha e da Força Aérea também não conseguiram chegar”.
Na transcrição das declarações, que segundo a ministra foram assinadas por Zuñiga, consta que “foi decidido que o levante aconteceria na quarta-feira, 26 de junho, às 11h, uma vez que estavam presentes todos os comandantes das forças militares”.
Na tarde desta quarta (26), Zuñiga liderou um grupo de soldados fortemente armados e tanques que tomaram a Praça Murillo, em frente à sede da presidência, e, após arrombarem a porta do prédio, o chefe militar disse à imprensa que estava ali para “mudar o gabinete do governo” e que buscava “restaurar” a democracia na Bolívia.
O presidente Luis Arce e seu gabinete orientaram a sede do Executivo e, enquanto Zuñiga e seu grupo militar mantinham a pressão do lado de fora, trocou os comandantes das três Forças Armadas Bolivianas.
Zuñiga e seus apoiadores recuperaram-se após uma mudança de comando militar e, momentos depois, o líder militar foi capturado no quartel-geral do Estado-Maior.
Após sua prisão, Zuñiga acusou Arce de ter ordenado uma ação militar como estratégia para “aumentar sua popularidade”.
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