O ministro da Defesa de Israel, Yoav Gallant, que está prestes a deixar a carga após ser demitido, afirmou nesta quinta-feira (7) aos familiares dos reféns que ainda permanece na Faixa de Gaza que o primeiro-ministro do país, Benjamin Netanyahu , estão mantendo as tropas no enclave palestino “sem motivo”, segundo informaram vários meios de comunicação israelenses.
Num encontro com as famílias dos raptados pelos terroristas palestinos, Gallant garantiu que “não há mais nada a fazer em Gaza. Os principais objetivos foram alcançados”, relatou a emissora de televisão israelense Canal 12.
O ainda ministro, cuja destituição entra em vigor hoje, disse que o premiê tem a palavra final nas negociações para a troca de reféns com o grupo terrorista Hamas, e que tanto ele como os militares já em julho acreditavam que o momento era o ideal para se chegar a um acordo, segundo o jornal israelense Haaretz.
Netanyahu anunciou a missão de Gallant na noite de terça-feira (5), depois de meses de rumores sobre sua intenção de se libertar de um dos ministros mais poderosos e que mais se opuseram em questões como o andamento da guerra em Gaza, as negociações para libertar os árbitros ou a autorização do serviço militar para judeus ultraortodoxos.
Na noite de sua destituição, Gallant afirmou em um discurso que o principal motivo de sua demissão foi sua “posição firme sobre o recrutamento universal [incluindo judeus ultraortodoxos]o compromisso de resgatar os reféns e a necessidade de uma comissão estatal de inquérito sobre o 7 de outubro”.
O atual ministro das Relações Exteriores, Israel Katz, substituirá Gallant como titular da pasta da Defesa, e espera-se que o ex-aliado de Netanyahu, Gideon Saar, que se uniu à coalizão governamental no final de setembro com uma carga de ministro sem macarrão, assuma o lugar de Katz
Os principais meios de comunicação israelenses interpretaram a decisão de Netanyahu como uma tentativa de consolidar seu poder sobre o país, em um momento em que as forças israelenses mantêm duas experiências paralelas (em Gaza e no Líbano) e a tensão com o Irã e os seus grupos satélites continuam a crescer.