O ex-governador da província de Entre Rios e ex-embaixador da Argentina em Israel Sergio Urribarri foi preso nesta terça-feira (19), após uma ordem de captura contra ele ser emitida pela Câmara de Cassação de Entre Rios. A decisão judicial determinou a execução imediata da sua pena de oito anos de prisão, imposta em 2022 por crimes de peculato e negociações incompatíveis com a função pública.
A ordem também incluiu a detenção de Juan Pablo Aguilera, cunhado de Urribarri, que recebeu pena de seis anos e meio. Ambos foram levados para a prisão Unidade Penal 1, na cidade do Paraná, capital da província de Entre Rios.
A reportagem de Urribarri revelou um caso que agrupou cinco processos por corrupção durante seus mandatos como governador (2007-2015). As investigações, conduzidas pela então promotora Cecilia Goyeneche, revelaram desvios milionários de recursos públicos. Entre os escândalos direcionados pela Justiça estão o planejamento de contratos de publicidade e um esquema de pagamento de propinas por meio de empresas controladas por Aguilera.
Entre os casos mais notáveis está a chamada “causa da vaca”, em que dinheiro público foi usado para financiar a campanha presidencial de Urribarri em 2015, que não teve sucesso. Outro episódio, conhecido como “sonho entrerriano [como são chamados os cidadãos de Entre Ríos]”, envolvendo a instalação de um painel nas praias da cidade de Mar del Plata, em Buenos Aires, com imagens promocionais do político, ao custo de mais de 14 milhões de pesos da época.
Na decisão de 74 páginas, as juízas Marcela Davite, Marcela Badano e María Evangelina Bruzzo destacaram o risco de fuga como justificativa para a prisão do ex-governador. O tribunal também identificou a gravidade dos crimes de corrupção, enfatizando que o cumprimento da pena é uma obrigação garantida pelos tratados internacionais contratados pelo Estado argentino. Segundo o Clarín, Urribarri se tornou o primeiro governador de Entre Ríos a ser condenado e preso desde o retorno da Argentina à democracia.
Sergio Urribarri, aliado próximo da ex-presidente Cristina Kirchner, foi nomeado embaixador da Argentina em Israel em 2020 pelo governo de Alberto Fernández, onde Kirchner era vice, mesmo já enfrentando acusações de corrupção. Sua remoção de carga ocorreu apenas em 2022, após a reportagem em primeira instância
Além de Urribarri e Aguilera, o ex-ministro Pedro Báez também foi condenado a seis anos de prisão. Outros onze acusados enfrentaram julgamentos, mas nem todos foram condenados.
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