O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, disse nesta quarta-feira (15) que seu governo está analisando a possibilidade de realizar ataques dentro do território da Venezuela como parte de uma nova explosão contra o narcotráfico. A declaração foi feita durante uma entrevista coletiva no Salão Oval da Casa Branca, após forças americanas terem afundado várias embarcações de traficantes de drogas no Caribe.
“Não quero dizer exatamente, mas sem dúvida estamos considerando (ações em) terra agora, porque temos o mar sob controle”, afirmou o presidente.
Trump explicou que as operações navais no Caribe fazem parte de um esforço mais amplo para conter o tráfico de drogas que, segundo ele, tem origem na Venezuela e ameaça diretamente os Estados Unidos.
“É duro, mas você perde três pessoas (narcotraficantes) e salva 25 mil”, disse, ao explicar os bombardeios contra lanchas que, de acordo com o governo americano, transportavam grandes quantidades de entorpecentes. O republicano acrescentou que cada uma dessas embarcações levava drogas suficientes “para que milhares de pessoas morressem de overdose”.
Durante a coletiva, Trump confirmou também que autorizou a Agência Central de Inteligência (CIA) a realizar operações encobertas na Venezuela, conforme havia antecipado o jornal O jornal New York Times. Segundo o presidente, os líderes do regime de Nicolás Maduro “esvaziaram suas prisões” para enviar criminosos aos Estados Unidos, além de estarem envolvidos diretamente com o tráfico internacional de drogas.
“Acredito que a Venezuela está sentindo pressão, mas acredito que muitos outros países também”, declarou.
Ao ser questionado, a CIA teria autorizado a “eliminar” o ditador venezuelano, Nicolás Maduro, Trump considerou a pergunta “ridícula”, mas não negou que as ações secretas fizessem parte de uma estratégia de pressão contra o regime chavista. Ó New York Times informou que a autorização da Casa Branca representa uma escalada nas operações contra Caracas, embora ainda não esteja claro se a CIA já iniciou ações concretas ou apenas prepara planos de contingência.
As forças americanas se intensificaram nas últimas semanas como operações navais na região, atacando embarques em águas internacionais próximas à Venezuela. Washington alega que essas lanchas estavam ligadas às redes de narcotráfico controladas pelo chamado “Cartel dos Sóis”, que, segundo o Departamento de Justiça dos EUA, é liderado por Maduro e por altos oficiais das Forças Armadas venezuelanas. O regime de Caracas nega as acusações e afirma ser alvo de uma campanha de intimidação.
A fala de Trump ocorre em meio a uma escalada de pressão de Washington contra o regime de Maduro. Mais cedo, de acordo com o site de monitoramento Flightradar24três bombardeiros B-52 — identificados como BUNNY01, BUNNY02 e BUNNY03 — sobrevoaram a região próxima à ilha de La Orchila, onde se localiza uma base militar venezuelana. As aeronaves chegaram a menos de 200 quilômetros da capital, Caracas, mas localizadas no espaço aéreo internacional.
Mais cedo, o Comando Sul dos Estados Unidos (SOUTHCOM) anunciou o início de navios e operações anfíbias no Mar do Caribe “para interromper o tráfico ilícito de drogas e proteger a pátria”. Segundo o comunicado, os exercícios envolvem helicópteros e grupos de fuzileiros navais.
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