O Departamento de Justiça dos Estados Unidos (DOJ, na sigla em inglês) divulgou nesta quarta-feira (4) que a Procuradoria do Distrito Sul de Nova York apresentou denúncias contra dois cidadãos cidadãos por supostas ações para interferir na eleição presidencial americana, marcada para 5 de novembro.
Segundo comunicado do DOJ, Konstantin Kalashnikov, 31 anos, e Elena Afanasyeva, 27, foram acusados de conspiração por violar a Lei de Registro de Agentes Estrangeiros (Fara, na sigla em inglês) e conspiração para cometer lavagem de dinheiro.
Ambos são funcionários da emissora estatal russa RT e são alvos de avaliações do Departamento do Tesouro dos Estados Unidos, juntamente com outras oito pessoas e duas organizações russas, segundo relatório também divulgado nesta quarta-feira, igualmente por supostas tentativas de influência a eleição nos Estados Unidos.
Segundo o comunicado do DOJ, a RT e seus funcionários, incluindo Kalashnikov e Afanasyeva, investiram quase US$ 10 milhões desde o ano passado para financiar e dirigir secretamente uma empresa de criação de conteúdo online sediada no Tennessee.
Essa empresa, a US Company-1, publicou vídeos em inglês em vários canais de redes sociais, incluindo TikTok, Instagram, X e YouTube, com o objetivo de “amplificar as divisões internas nos Estados Unidos” em temas como imigração, inflação e relações exteriores, apontaram a acusação.
Num dos casos relatados pela procuradoria, Afanasyeva teria orientado a US Company-1 para que produzisse conteúdo culpando os Estados Unidos e a Ucrânia pelo atentado em uma casa de shows na região de Moscou em março deste ano que matou 145 pessoas e foi reivindicado pelo Estado Islâmico .
Segundo a acusação, Kalashnikov e Afanasyeva adotaram identidades falsas para coordenar esse trabalho na empresa americana.
Em contato com a agência Reuters, a RT ironizou as acusações do DOJ e do Departamento do Tesouro. “Três coisas são certas na vida: morte, impostos e a interferência da RT nas eleições dos EUA”, referiu.
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