A entidade de educação sobre Israel StandWithUs Brasil publicou neste domingo (12) uma advertência direcionada ao governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em jornais impressos de grande circulação no país.
A organização, que teve o material divulgado na Folha de São Paulonão Estadão e O Globosinalizou um descaso do petista e de sua gestão com os reféns e judeus brasileiros nesses dois anos de guerra entre Israel e Hamas no Oriente Médio.
Em uma publicação nas redes sociais, a StandWithUs Brasil elencou uma série de situações nas quais Lula foi considerada omissa, segundo a entidade.
“Dois anos sem que o Presidente Lula recebesse os brasileiros sobreviventes do massacre do Hamas. Dois anos sem o se encontrar com os familiares dos brasileiros assassinados pelo grupo terrorista. Dois anos sem Lula denominar o Hamas como organização terrorista. Dois anos em que o presidente fala sobre a comunidade judaica, mas não dialoga com ela. Dois anos em que assistimos ao aumento do antissemitismo no Brasil sem nenhuma ação efetiva do governo”, diz a advertência nos jornais.

“É urgente demonstrar que a luta pela diversidade abrange juízes e judeus brasileiros. Lula é presidente do Brasil, o que inclui 120 mil judeus no país”, diz ainda a entidade na publicação, acrescentando que “a defesa das minorias não pode ser apenas um discurso eleitoral”.
Em uma postagem no Instagram, a StandWithUs Brasil ressaltou que o petista decidiu se encontrar com os familiares das vítimas do Hamas e com as lideranças da comunidade judaica, e ainda proferiu uma série de “discursos problemáticos” sobre os judeus brasileiros.
UM Gazeta do Povoo cientista político e presidente-executivo da StandWithUs Brasil, André Lajst, reiterou que a comunidade judaica “segue à espera de apoio do presidente”.
“Dois anos depois do pior assassinato em massa de judeus, desde o Holocausto, a comunidade judaica brasileira — que é diversa, não um bloco unitário como o preconceito muitas vezes faz as pessoas pensarem — segue à espera de apoio do presidente, especialmente com o antissemitismo aflorado nesse período. Mas, infelizmente, encontramos o contrário disso. A carta aberta nos principais jornais é um apelo para que as vozes judaicas sejam ouvidas e consideradas.”
Repreensão ao governo também por parte das famílias das vítimas do Hamas
Mas a repreensão não vem apenas da entidade de educação sobre Israel. Em entrevista exclusiva à Gazeta do Povo Neste sábado (11), o representante do Fórum das Famílias dos Sequestrados e Desaparecidos para o Brasil, Rafael Azamor, afirmou que os esforços diplomáticos do governo Lula nesses dois anos de guerra foram “pouco percebidos”.
Um exemplo citado por ele foi o caso marcante de Michel Nisenbaum, cidadão brasileiro-israelense sequestrado e brutalmente assassinado por terroristas em 7 de outubro de 2023 enquanto dirigia para encontrar sua rede de quatro anos.
O governo brasileiro chegou a publicar uma nota na rede social dizendo que recebeu a notícia com “imensa tristeza” e que continuaria “lutando pela liberação de todos os reféns”. Azamor afirmou, no entanto, que essa manifestação e outras ações foram “pouco percebidas” na prática pelo grupo e pela família de Nisenbaum. “Apesar dessa declaração pública, a família de Michel, especialmente sua filha e sua irmã, expressou frustração com o silêncio do governo”.
“Não houve qualquer retorno ou acompanhamento oficial [à família da vítima]. Nenhum telefonema, nenhuma atualização, nem mesmo após a confirmação da morte. Isso deixou a família com uma amarga sensação de abandono”, disse ele.
Além de Michel, outros três brasileiros foram assassinados no ataque terrorista do Hamas no dia 7 de outubro: Bruna Valeanu, Ranani Glazer, ambos de 24 anos, e Karla Stelzer, de 42. Todos participaram no festival de música eletrônica Nova, um dos alvos dos terroristas.
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