As imagens de Gene Simmons, vocalista da banda Kiss sentado, imóvel, numa cadeira em pleno palco, depois de passar mal durante show em Manaus (AM), na noite de quarta-feira (12), nos faz refletir sobre a questão da terceira idade no rock and roll. A frequência com que vêm ao Brasil os grupos nascidos na era paleozoica do show bizz, com integrantes na faixa dos 70+, exige responsabilidade por parte de empresários e, por que não dizer, das autoridades.
Em breve, reveremos muitos astros do heavy metal durante a sétima edição do Monsters of Rock, dia 22 de abril, em São Paulo. Receberão ajuda para subir ao palco do Allianz Park lendas ainda vivas como os astros de Scorpions e Deep Purple, além do próprio Kiss.
Muitos não entenderam as ausências de Queen, Led Zeppelin e Elvis Presley. Melhor não explicar, para evitar constrangimentos. Metallica e Iron Maiden se adotaram por aqui em 2022 e ainda estão em fase de recuperação. Em breve, voltarão para um novo último show de despedida.
É estimulante e comovente como artistas notadamente conhecidos por uma vida desregrada e mundana, típica dos anos 60 e 70, chegou tão bem ao século 21. Mas é preciso prudência e, sobretudo, respeito aos mais velhos. Merecem todas as homenagens, mas os fãs dessas bandas deveriam evitar ir a esses shows, até porque já não são adolescentes e devem ter cuidados.
Ambulâncias do SAMU aguardam de prontidão. Funcionários da produção foram treinados para identificar a diferença entre AVC e infarto. Planos de Saúde pensam em patrocinar as apresentações futuras dessa turma resiliente. O ministério da Cultura já cogita tombar esses grupos como patrimônio antigo do país. E a pasta das Relações Internacionais pretende declarar que os dinossauros do rock sempre serão muito bem acolhidos no Brasil. E, caso necessário, atenda asilo.