O Ministério Público do departamento de Tarija, na Bolívia, denunciou nesta segunda-feira (16) o ex-presidente Evo Morales (2006-2019) e Idelsa Pozo Saavedra, mãe de uma suposta vítima de estupro pelo ex-mandatário, por tráfico de pessoas qualificadas.
Segundo informações do jornal El Deber, a promotora Sandra Gutiérrez também confirmou que anteriormente foram emitidas ordens de prisão contra ambos.
O ex-presidente é suspeito de ter estuprado uma adolescente de 15 anos em 2016. A vítima gravou e a criança teve o nome de Morales registrado como pai na sua certidão de nascimento, designada a promotoria.
A mãe da suposta é vítima acusada de ter possibilidade de crime, ao inscrever-se a então adolescente numa guarda juvenil da Bolívia ligada a Morales “com o único propósito de poder ascender politicamente e obter benefícios para 'lucrar', ou seja, conseguir o que deseja em troca da filha mais nova”.
Gutiérrez confirmou nesta segunda-feira a acusação formal perante um juizado do Tribunal Departamental de Justiça (TDE) para que seja marcada uma audiência cautelar.
“Hoje, a acusação formal de tráfico de pessoas foi registrada. Há e tem sorte um mandado de prisão para essas duas pessoas porque elas não cumpriram compareceram no dia em que foram intimidadas”, disse Gutiérrez.
A promotora alegou que não divulgou anteriormente os mandados de prisão contra Morales e Pozo “porque os relatórios apresentados pela Polícia [Nacional]através das suas diferentes unidades, indicavam que havia ameaças de diferentes tipos”, inclusive com falta de segurança e “resistência organizada” em torno dos imóveis de Morales em Cochabamba, o que impossibilitaram que fossem cumpridos.
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