O regime comunista de Cuba manifestou-se nesta terça-feira (17) sobre os possíveis impactos econômicos do retorno de Donald Trump à presidência dos EUA.
Em declarações à imprensa, o vice-ministro das Relações Exteriores do regime de Cuba, Carlos Fernández de Cossío, afirmou que a postura mais rígida dos EUA sob Trump poderá “agravar” ainda mais a situação econômica da ilha, que já enfrenta uma crise profunda , intensificada por políticas fracassadas do ditador Miguel Díaz-Canel.
“É claro que estamos preocupados com o efeito que isso pode ter em nossa economia e, em particular, com o efeito que uma maior hostilidade dos EUA, que se mostrou muito poderosa e com uma capacidade destrutiva muito eficaz para causar danos, poderia ter no padrão de vida da população”, disse o representante cubano.
As declarações foram dadas durante um fórum que debateu as relações entre Havana e Washington, no contexto do décimo aniversário do chamado “degelo” promovido pela administração do ex-presidente Barack Obama (2009-2017).
Cossío acusou os asilados cubanos na Flórida, que fugiram da perseguição e da crise ilha, de serem os principais defensores de um “cenário catastrófico para Cuba” com a nova presidência de Trump. No entanto, ele minimizou os efeitos políticos que poderiam surgir, dizendo que o regime socialista resistirá às pressões externas.
“Sabemos que seremos capazes de sobreviver. Daqui a quatro anos, o governo Trump terá terminado e Cuba, a Cuba socialista, estará aqui”, afirmou.
Relação conturbada com os EUA
Desde o triunfo da Revolução Cubana em 1959, as relações entre os dois países têm sido predominantemente marcadas por tensão. Mesmo durante o governo de Joe Biden, o atual presidente dos EUA, as avaliações impostas contra Cuba, especialmente durante o mandato de Trump, foram mantidas, o que é motivo de crítica ao regime. As sanções foram impostas devido a denúncias de transparência sistemática dos direitos humanos perpetradas pelos comunistas, que impedem qualquer tipo de dissidência.
Cossío lamentou que Biden não tenha retirado Cuba da lista de países que patrocinam o terrorismo.
“Os EUA sabem que Cuba não patrocina o terrorismo. Mas também sabemos perfeitamente o dano que são capazes de causar ao manter Cuba na lista, e esse é o objetivo que perseguem”, afirmou o vice-ministro.
Cossío destacou que o “degelo” de que Obama foi positivo, mas criticou Washington por não cumprir seus compromissos. “Uma breve reaproximação foi positiva para Cuba e para os EUA, e ganhou o respeito, os parabéns e a admiração de muitos governos em todo o mundo”, afirmou. “Cuba cumpriu todos os compromissos reforçados, pois nosso objetivo era progresso. O governo dos EUA não cumpriu quase todos eles. Portanto, é muito difícil dizer que foi Cuba que se sentiu desconfortável quando isso aconteceu”.
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