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Crítica | ‘Pânico VI’ é um espetáculo gore e um dos melhores filmes da franquia

Crítica |  ‘Pânico VI’ é um espetáculo gore e um dos melhores filmes da franquia


Crítica livre de spoilers.

quando Wes Craven deu vida ao primeiro capítulo da saga ‘Pânico’ninguém poderia imaginar o impacto que causaria dentro do gênero do terror e do subgênero assassino. Afinal, o icônico longa-metragem serviria de base para diversas produções subsequentes que não apenas uniam as clássicas empreitadas dos assassinos em série, mas abriria portas para uma narrativa autoconsciente e recheada de inferências metalinguísticas que constroem uma ponte entre a realidade e a ficção. Não é surpresa que a popularidade da franquia tenha rendido três sequências diretas – com uma investida exibida em 2011 que merece ser revista e reapreciada pelo público.

Em 2022, sete anos após a morte de Craven, o roteirista Kevin Williamson (responsável pela narrativa dos primeiros longas-metragens) com certeza embarcar na onda de reavivamentos para apresentar ‘Pânico’ a uma nova geração tanto de fãs quanto de vítimas. E foi assim que a quinta iteração veio à tona, fazendo um estrondo de bilheteria e marcando um retorno considerável da epopéia sangrar de Ghostface em forma. Agora, somos convidados a mais uma temporada de matança com o antecipadíssimo ‘Pânico VI’ – que já pode ser considerada uma das melhores entradas da saga e um espetáculo surpreendente e sangrento que deixa o público ansioso por mais.

Seguindo os eventos do filme anterior, as irmãs Sam (Melissa Barrera) e Tara (Jenna Ortega) resolvem deixar Woodsboro para trás e se mudam para uma vibrante cidade que nunca dorme, Nova York, onde lutam de suas próprias maneiras com os traumas que os perseguem. Sam está em vigilância constante por qualquer coisa que possa colocar-las em perigo novamente, consultando-se com um terapeuta para falar do passado sombrio que insiste em assombrá-la. Como se não bastasse, ela se tornou alvo de rumores de que a acusam de ter orquestrado os assassinatos administrativos e colocado a culpa no “inocente” Richie Kirsch (Jack Quaid) – além de lidar com assédios de tirar a paciência de qualquer um. Por outro lado, Tara parece estar lidando de maneira mais fugaz com o fato de quase ter matado, dando continuidades a uma suposta vida normal que inclui festas de fraternidade, paixões borbulhantes e promessa de um futuro como qualquer outro.

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Mas é claro que as coisas não sairiam como o planejado e, pouco tempo depois, Sam e Tara se veem enfrentando os mesmos problemas de um passado recente: um novo Ghostface surgiu e não irá meditar esforços para garantir que os dois sofram, principalmente Sam eo “sangue psicótico” que carrega (afinal, ela é filha do famoso assassino em série Billy Loomis, interpretado por Skeet Ulrich no primeiro capítulo da franquia). E, se elas esperavam que a fervorosa Manhattan pudesse protegê-las, estavam bem enganadas.

Matt Bettinelli-Olpin e Tyler Gillett retornam para a cadeira de direção e continuam a provar que são uma das duplas mais interessantes do cenário contemporâneo do terror. Afinal, eles emprestaram suas habilidades para projetos como ‘V/H/S/’ e ‘Casamento Sangrento’ – conquistando o público e a crítica com perspectivas originais e uma pincelada de humor ácido que é sempre bem-vindo. Ao adentrarem a saga imortalizada por Craven e Williamson, eles puderam honrar o legado dos criadores e garantir o retorno do público para a sequência. Aqui, os realizadores sabem como conduzir a narrativa de formas subversivas, nos jogando em caminhos diversos e levando-nos a tentar imaginar quem é o culpado sem fornecer muitas pistas e garantindo que tanto os fãs de longos dados quanto os novos possam se divertir. Como se não bastasse, o classicismo dos sustos é deixado de lado para um mistério de suspense muito prático e que nos deixa vídeos na tela do começo ao fim.

Há um gigantesco quebra-cabeças a ser resolvido e, talvez mais do que nunca, a audiência é parte ativa do desenrolar da trama. A ideia principal é fomentar uma mitologia atemporal que é querida por todos: o mote do “legado” é combinado para os diretores e estender-se a níveis estratosféricos, como quando os protagonistas descobrem um santuário que engloba cada um dos homicidas que já vestiram a máscara do Ghostface. Não é surpresa, pois, que também temos a presença ilustre de Courteney Cox como Gale Weathers (que, apesar de ter menos tempo de cena que os capítulos predecessores, ainda causa grande comoção por seu lendário status) e o retorno mais que merecido de Hayden Panettiere como Kirby Reed, que sobreviveu ao ataque de Jill Roberts (Emma Roberts) e Charlie Walker (Rory Culkin) e agora trabalha para o FBI como uma poderosa agente.

Os elementos vários aglutinam-se em um show de horrores do qual não desviam o olhar. Afinal, é notável como a estrutura técnica e artística é tratada com esmero, solidificando Sam, Tara e os outros personagens como integrantes de uma maquinaria complexa que pode ser bastante explorada. As atuações são de outro mundo, com destaque a Ortega (emergindo cada vez mais como uma rainha do grito da atualidade) e Barrera (que fornece a mais robusta emoção com um mero olhar). E é claro que não permiti deixar de mencionar a presença de Mason Gooding e Jasmin Savoy Brown como Chad e Mindy em uma química aplaudível, além de Liana Liberato e Dermot Mulroney como adições favoráveis ​​ao elenco.

‘Pânico VI’ é uma ótima adição a uma das maiores sagas de todos os tempos e consagra-se como um de seus melhores capítulos. É notável como, pouco a pouco, os requelas se desprendem da necessidade dos personagens-legados e marcham em seu próprio ritmo – abrindo espaço para atacantes inteligentes e que tem muito a nos contar.

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