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Crítica | Broker – Uma Nova Chance

Crítica |  Broker – Uma Nova Chance

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Hirokazu Kore-eda dispensa apresentações depois de construir nas últimas décadas uma filmografia robusta e consistente. O diretor está acostumado a lidar com questões que envolvem dinâmicas familiares disfuncionais e seu novo filme, Corretora-Uma Nova Chance, não está alheio à isso. Kore-eda presenteia o público com mais uma narrativa que tensiona os laços que podem definir um grupo de pessoas como família.

O filme acompanha uma dupla de criminosos que rapta bebês abandonados em um posto para adoção e então os revende para casais que não podem ter filhos. Tudo corre bem até o esquema ser posto à prova quando uma das mães decide voltar pela sua criança em seguida fechando um acordo com a dupla. A venda de seu filho poderá acontecer, mas apenas se ela estiver presente para supervisionar e repartir os lucros.

É uma premissa que enquadra seus protagonistas como pessoas moralmente questionáveis ​​em todos os aspectos, mas a beleza do longo está justamente na forma em que esses personagens são constantemente humanizados pelo roteiro, pela direção e passando diretamente pelas performances de seus atores. O filme em momento algum remove dos personagens à culpa por seus erros, pelo contrário, evidencia em suas íntimas o remorso e, em alguns casos, a noção de pecado (sob uma ótica visivelmente cristã). Kore-eda enquadra esses personagens como pessoas invariavelmente falhas, mas que também agregam sentimentos, que podem demonstrar uma leveza, que podem se afeiçoar uns pelos outros, que são humanos e caminham por todo um espectro emocional que diz respeito a essa humanidade.

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É uma história que joga com diferentes núcleos e que brinca com a observação e julgamento de valor, muitas vezes presentes na experiência de se ver um filme, como uma camada adicional no desenvolvimento de seus temas. Personagens que observam de fora como relaxantes de outros e que muitas vezes expressam mais sobre si em seus comentários do que sobre o que eles estariam julgando, é um artefato que em alguns momentos empobrece a subjetividade da história mas que se justifica bem quando os núcleos começam a se cruzar.

Song Kang-Ho e IU brilham em suas performances, conferindo uma segurança necessária para que o filme não se desviesse muito em seu tom e que, em mãos menos habilidosas, poderia soar forçado. A carga emotiva aqui é muito bem clara com o que está sendo apresentada, oscilando entre leveza, tensão e tudo que faz necessário para que a história ande e sendo ainda assim extremamente acessível.

Boker-Uma Nova Chance é um exercício de sensibilidade, o espectador é interpretado numa realidade de pessoas marginalizadas, de pessoas que em outra situação poderiam ser criminosos romantizados mas que aqui são para além disso: pessoas. É um filme que tem como sua maior virtude a empatia e a busca por comandar esse sentimento público. Kore-eda entrega uma obra que, mesmo com seus momentos doloridos, mesmo expondo o pior de alguns, ainda consegue ser combustível para reerguer a esperança.

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