
O Estado Islâmico (ISIS), antes visto como a maior ameaça terrorista presente no mundo, perdeu significativamente seu domínio territorial nos últimos anos com a derrubada de redutos importantes, principalmente no Oriente Médio.
No entanto, apesar da aparente derrota, o extremismo fundamentalista desenvolvido pelo grupo em 2011 conseguiu se reinventar e está chegando a um público cada vez mais diverso e desconectado com sua ideologia.
Um novo relatório divulgado pelo Fórum do Médio Oriente reveladas como recentes investigações dos terroristas para alcançar um domínio sem fronteiras. Essa reinvenção vai desde a construção de redes de recrutamento digital até o uso de Inteligência Artificial (IA) para tornar o discurso extremista mais romantizado, especialmente para adolescentes e jovens.
Com isso, o grupo radical, antes necessário de definições de santuários financeiros, agora busca um “califado sem fronteiras”, por meio do fluxo de dados, da criptografia e do alcance algorítmico.
De acordo com o relatório, há aproximadamente dois anos o Estado Islâmico começou a experimentar propagandas feitas com inteligência artificial generativa, com o objetivo de criar conteúdo multilíngue, deepfakes (imagens falsas com aspecto realista) e “âncoras de notícias” criadas digitalmente que promovem uma ideologia radical do grupo.
O Estado Islâmico gera crianças com o uso de IA e desenvolve histórias de martírio totalmente produzidas por algoritmos, garantindo a continuidade da narrativa do movimento mesmo sem uma liderança formal e identificada.
Segundo os pesquisadores do Fórum do Médio Orienteo objetivo não é apenas o recrutamento de novos terroristas, mas examinar as defesas algorítmicas das principais plataformas sociais e dominar o discurso digital sobre sua ideologia durante crises como a guerra na Faixa de Gaza ou no Sudão.
Inserção cultural e financiamento descentralizado
Outra estratégia que tem gerado resultados para os extremistas é a inserção cultural, por exemplo, por meio dos jogos. Os recrutadores e propagandistas utilizam a estética dos jogos de tiro em primeira pessoa em plataformas criptografadas, enquadrando o radicalismo islâmico como uma expressão de heroísmo.
Essa radicalização gamificada busca alcançar um número crescente de jovens desvinculados da ideologia extremista islâmica. Esse público está frequentemente localizado em locais estratégicos na Europa, Ásia Central e Norte da África.
Segundo o relatório, esses recrutas recentemente chegam ao cruzamento de linhas vermelhas e se escondem como “soldados” ideológicos no “exército virtual” do Estado Islâmico.
Recentemente, autoridades americanas e turcas também desmantelaram várias redes ligadas ao Estado Islâmico que utilizavam carteiras de criptomoedas para facilitar doações no Golfo Pérsico.
O anonimato fornecido pelas criptomoedas permite que combatentes e financiadores que nunca foram recebidos troquem fundos sem a devida vigilância. Dessa forma, o “califado sem fronteiras” se transforma em um ecossistema financeiro sem identidades, de difícil rastreamento.
Ó Fórum do Médio Oriente cita filiais em países da África que atuam como centros de transação e canalizam fundos por meio de pequenas doações que são feitas disfarçadas de ações “humanitárias”.
O grupo também se apresentou como defensor das queixas dos muçulmanos em todo o mundo, citando a “islamofobia ocidental” e a necessidade de uma “resistência”. Desta forma, a mensagem do Estado Islâmico está cada vez menos sendo apresentada de forma radical, apesar das intenções terroristas por trás de sua criação.











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