O secretário de Guerra americano, Pete Hegseth, informou nesta quinta-feira (16) que o almirante Alvin Holsey, chefe do Comando Sul dos EUA, que realiza as operações militares no Caribe perto da Venezuela, vai se aposentar no final do ano.
Ele foi nomeado em novembro do ano passado como substituto da comandante Laura Richardson.
“Em nome do Departamento de Guerra, expressamos nossa mais profunda gratidão ao almirante Alvin Holsey por seus mais de 37 anos de serviço distinto à nossa nação, pois ele planeja se aposentar no final do ano”, disse Hegseth no X.
“Ao longo de sua carreira — desde o comando de esquadrões de helicópteros até a liderança do Grupo de Ataque de Porta-Aviões Um e a criação da Estrutura Internacional de Segurança Marítima —, o almirante Holsey declarou compromisso inabalável com a missão, o povo e a nação. Seu mandato como vice-comandante militar e agora comandante do Comando Sul dos Estados Unidos reflete um legado de excelência operacional e visão estratégica”, acrescentou o secretário.
Apesar dos elogios na mensagem de Hegseth, o anúncio súbito da aposentadoria causou desconfiança.
Isso porque Holsey está há menos de um ano no cargo (comandantes nessa posição são trocados apenas a cada três anos) e porque o jornal americano The New York Times noticiou que uma autoridade atual e uma ex-autoridade dos EUA, ambos falando sob condição de anonimato, afirmou que o O comandante manifestou preocupações sobre a atual operação militar no Caribe e os ataques a barcos que transportaram drogas perto da Venezuela.
No final de agosto, a gestão Donald Trump iniciou uma operação militar no Mar do Caribe, com o envio de oito navios de guerra e um submarino nuclear para as águas próximas da Venezuela, com o objetivo de evitar a chegada de drogas ao território americano.
Os EUA também enviaram caças F-35 para um aeródromo em Porto Rico para que fossem realizadas operações contra cartéis de drogas no Caribe.
Desde então, as forças americanas realizaram vários ataques contra barcos no Mar do Caribe, alegando que transportavam drogas de gangues venezuelanas, intervenção que já matou 27 traficantes, segundo a Casa Branca.
A ONU e ONGs internacionais questionam a legalidade desses ataques a embarcações. O governo Trump alega que tais ações são legítimas, já que designou vários cartéis de drogas como organizações terroristas este ano.
A ditadura venezuelana considera tal operação uma “desculpa” para uma intervenção militar no país sul-americano.
Na quarta-feira (15), Trump disse que, além desses bombardeios, cogita ações “por terra” na Venezuela e confirmou uma informação do The New York Times de que autorizou operações “letais” da Agência Central de Inteligência (CIA) no país sul-americano.
Nesta semana, órgãos de imprensa internacionais informaram que os presidentes de ataque MH-6 Little Bird e MH-60 Black Hawks e os bombardeiros B-52H Stratofortress dos EUA voaram sobre as águas do Mar do Caribe perto da Venezuela.
A agência Reuters informou que militares dos Estados Unidos realizaram nesta quinta-feira um novo ataque contra uma embarcação que realizou o transporte de drogas no Mar do Caribe, perto da Venezuela, operação que, ao contrário de ações anteriores desse tipo das forças americanas, teve sobreviventes.
A fonte da Reuters, que pediu para não ter seu nome divulgado, não deu maiores detalhes e não se sabe se os militares americanos prestaram assistência aos sobreviventes e se estes foram presos. O Pentágono ainda não se pronunciou sobre o assunto.
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