Na semana passada, o vocalista do Coldplay, Chris Martin, afirmou fazer uma refeição única e parar de comer às 16h, durante entrevista concedida ao podcast Conan O’Brien precisa de um amigo. Ele teria se inspirado no cantor, compositor e guitarrista Bruce Springsteen.
“Na verdade, não janto mais. Paro de comer às 16h e aprendi isso depois de almoçar com Bruce Springsteen. Eu estava em uma dieta muito rigorosa de qualquer maneira. Mas pensei: ‘Bruce parece ainda mais em forma do que eu’. E Patti (esposa de Springsteen) disse que ele estava comendo apenas uma refeição por dia, então eu estava tipo: ‘Bem, lá vamos nós, esse é o meu próximo desafio'”, explicou o músico.
A prática adotada por Martin é conhecida como jejum intermitente, que consiste, basicamente, em apenas fazer refeições durante uma janela específica de tempo — apenas água, café e chás sem açúcar são liberados. Jejuar por determinado tempo ou alguns dias têm servido para as pessoas como uma maneira eficaz de perder peso.
Segundo nutricionistas ouvidos pela reportagem do R7, a dieta não é uma prática extremamente perigosa, mas, dependendo do caso, pode ser prejudicial para algumas pessoas, como gestantes, lactantes, idosos, crianças, pessoas com diabetes e dependentes de insulina. O recomendável é sempre ter o acompanhamento de profissionais.
“Quando uma pessoa escolhe adotar hábitos diferentes do habitual, especialmente no caso do Chris Martin, que faz apenas uma refeição por dia, é de extrema importância que esta refeição possa nutri-lo obrigatório para que ele não tenha nenhuma deficiência de nutrientes e não tenha qualquer problema de saúde futuro, como desnutrição por exemplo, anemia, falta de vitaminas dentre outros problemas que podem surgir”, afirmou Marieli Sbardelotto é nutricionista, pós-graduanda em nutrição comportamental.
“É importante ainda que a pessoa respeite os limites que o corpo dela estabelece, e além do mais, mesmo com o jejum intermitente, mantenha uma alimentação saudável, rica em vitaminas e minerais, para continuar nutrindo o seu corpo, bem como o consumo de água”, acrescentou Carol Faria, nutricionista com foco em saúde da mulher, com mais de 50 mil alunas.
Para Flávia Ramos, especialista em nutrição funcional, clínica e esportiva, personal diet, “quando se adota dietas restritivas temos que monitorar com exames de sangue, avaliação de sinais e sintomas para ver se compensa o consumo ou estratégia”.
Kelly Key: ‘Jejuar transformou a minha vida’
Assim como Martin, outros artistas brasileiros também adotaram a mesma dieta. São os casos de Deborah Secco, Juliana Paes, Jade Picon, por exemplo, que declararam publicamente serem adeptas do jejum.
No ano passado, a cantora Kelly Key tentou usar a mesma técnica para “secar” a barriguinha.
“Eu já sou adepto do jejum intermitente faz três anos. No início, foi muito difícil pra mim a adaptação. Hoje, eu não vivo sem. Me sinto mal quando eu não faço. Mas o que eu posso dizer é que transformou a minha vida Hoje, eu faço das 16 às 18h de jejum e utilizo o período da noite para me beneficiar nesse sentido”, garantiu ela.
Segundo Daniel Bratan, médico nutrólogo e endocrinologista, o paciente que adota a técnica com o acompanhamento profissional é aquele que deve ter “uma incidência menor no diabetes tipo 2, inclusive para pacientes portadores do diabetes tipo 2 a tática do jejum intermitente é uma tática que ajuda no controle da glicemia”.
Estudo mostrou resultados animadores
Um estudo clínico com 90 pessoas que tiveram obesidade, entre 25 e 75 anosdividiu os participantes em dois grupos: os que tiveram alimentação com restrição de tempo perderam 2,3 kg a mais de peso em comparação com o outro grupo, que não passaram por restrição de tempo em sua alimentação, e obtiveram uma melhora na pressão arterial e humor.
O estudo publicado no periódico Jama Internal Medicine durou 14 semanas, seguido entre agosto de 2018 e abril de 2020.
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