O chefe da campanha do Partido Conservador do primeiro-ministro do Reino Unido, Rishi Sunak, se levou duas semanas antes da eleição, informou a legenda nesta quinta-feira (20), após notícias de que ele e sua esposa, candidata, estariam sendo investigados por apostar sobre os dados da eleição.
O escândalo de apostas, que se agrava rapidamente, é o problema mais recente de Sunak, que deve perder o poder em 4 de julho, após uma campanha marcada por gafes que se seguiram ao anúncio surpresa de uma eleição antecipada.
O Partido Conservador confirmou que o diretor da campanha, Tony Lee, retirou uma licença. O comunicado foi divulgado após notícias de que a Comissão de Apostas do Reino Unido estava investigando denúncias de apostas impróprias feitas por Lee e sua esposa Laura Saunders, candidata ao Parlamento por Bristol.
As casas de apostas do Reino Unido permitem apostas em política, e o dado de uma eleição é uma aposta popular. Mas fazer apostas com conhecimento privilegiado é crime.
“Fomos contatados pela Comissão de Apostas sobre um pequeno número de indivíduos. Como a Comissão de Apostas é um órgão independente, não seria apropriada fazer mais comentários até que o processo seja concluído”, disse uma porta-voz do Partido Conservador.
O escândalo já envolveu outro candidato parlamentar conservador, Craig Williams, um assessor próximo de Sunak, que se descobriu na semana passada por ter feito uma aposta sobre quando a eleição aconteceu.
A polícia de Londres disse na quarta-feira (19) que havia prendido um policial que trabalhou em uma unidade de proteção especial por causa de supostas apostas feitas sobre o dia da eleição. A BBC informou que o policial trabalhou como um dos guarda-costas de Sunak.
Um porta-voz da Comissão de Apostas disse que estava investigando “a possibilidade de delitos relacionados aos dados da eleição”, mas não forneceu mais detalhes.
“Não estamos confirmando ou negando a identidade de nenhum indivíduo envolvido nesta investigação”, acrescentou o porta-voz.
O ministro sênior do Partido Conservador Michael Gove disse à Rádio LBC que era “muito ruim usar informações privilegiadas como essa para garantir uma vantagem”.
As pesquisas apontam que os conservadores deverão perder a eleição de 4 de julho no Reino Unido, possivelmente por uma diferença histórica.
O partido de Sunak já estava muito atrás nas pesquisas quando o primeiro-ministro anunciou a eleição e não conseguiu diminuir a diferença depois de uma campanha marcada por erros, incluindo a decisão de Sunak de sair mais cedo de uma cerimônia pelo aniversário do Dia D.