O Conselho Nacional Eleitoral (CNE) da Venezuela, controlado pelos chavistas, oficializou nesta quinta-feira (20) a assinatura de um documento que estabelece um compromisso dos candidatos presidenciais em “respeitar” os resultados das eleições que serão realizadas no dia 28 de julho .
O acordo, que foi proposto pelo PSUV, o partido chavista, e foi redigido e apoiado pelo ditador Nicolás Maduro, foi assinado por oito dos dez candidatos, incluindo o próprio Maduro.
O presidente da CNE, Elvis Amoroso, um chavista reforçado, disse que tal acordo serve para “fortalecer a paz e a democracia no país”.
O documento apoiado pelo regime de Caracas não contém a assinatura de Edmundo González Urrutia, candidato presidencial da opositora Plataforma Unitária Democrática (PUD). A ausência do opositor foi destacada por Amoroso, que afirmou que o mesmo “não atendeu um chamado da pátria”.
Segundo informações do site Efeito Cocuyuoo documento contém nove pontos, que incluem o reconhecimento da CNE como única autoridade legítima para organizar e supervisionar o processo eleitoral, o compromisso com o cumprimento das garantias eleitorais e a oposição a “atos de violência e desestabilização”.
Além disso, o documento exige dos “governos mundiais” o respeito à “soberania nacional” e pede o levantamento das avaliações internacionais, bem como o “respeito aos resultados das eleições”.
A iniciativa de Maduro, quando foi anunciada em seu programa, já havia sido recebida com ceticismo por parte de González Urrutia, que tinha aqui que não revisaria o documento.
O opositor acusou a CNE de importar o acordo aos candidatos e expressou preocupações sobre a unilateralidade do documento e a violação de acordos anteriores, como o Acordo de Barbados de 2023, cujo PUD afirma que Maduro não cumpriu.
“Um acordo nunca pode ser imposto unilateralmente, mas deve surgir de um diálogo respeitoso entre todas as partes. O diálogo entre as partes será nosso guia, nunca a imposição”, afirmou González Urrutia.
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