A Câmara dos Deputados dos Estados Unidos aprovou nesta sexta-feira (20) um projeto de orçamento provisório que mantém o funcionamento do governo federal até março, evitando a paralisação iminente que teria início ao final do dia. O texto agora segue para o Senado, onde se espera uma aprovação rápida, e logo depois será enviado ao presidente em fim de mandato, Joe Biden, para sanção.
A votação foi marcada por intensos debates e disputas internas dentro do Partido Republicano, que controla a Câmara. O presidente da Câmara, o republicano Mike Johnson, apresentou nesta sexta o chamado “plano C” após dois projetos de orçamento anteriores fracassarem, pressionados por exigência do presidente eleito Donald Trump e críticas impulsionadas pelo empresário Elon Musk, que condenavam a permissão de gastos excessivos com supérfluos. Trump queria ainda que a proposta de orçamento incluísse um aumento do teto de gastos, para facilitar o início de seu próximo governo. Apesar da exigência, Johnson decidiu seguir o futuro com o novo projeto, que não atendeu à demanda do presidente eleito sobre o teto de gastos.
A proposta foi aprovada na casa com ampla maioria, 366 votos a favor e 34 contrários, destacando o apoio bipartidário ao projeto de lei orçamentária.
Com 118 páginas, o projeto prevê a manutenção do financiamento federal nos níveis atuais até março de 2025, além de destinar US$ 100 bilhões para ajuda local afetada por desastres e US$ 10 bilhões para os agricultores. Ele realiza alguns cortes em gastos com supérfluos.
Segundo informações da mídia americana, a decisão de Johnson de ignorar a exigência de Trump pelo aumento do teto de gastos gerou críticas dentro do partido. Os republicanos transferidos ao presidente argumentaram que o projeto de orçamento deveria ter focado em mais cortes de gastos e no aumento do teto de gastos.
“Este é um projeto republicano ou democrata?”, questionou Elon Musk, aliado de Trump, em uma publicação nas redes sociais antes da votação.
Os líderes republicanos prometeram debater o aumento do teto de gastos no próximo ano, como parte de um pacote que incluirá cortes de US$ 2,5 trilhões em gastos ao longo de 10 anos. Os republicanos controlarão o Congresso a partir de 2025.