
O jornal britânico O telégrafo divulgou nesta terça-feira (4) uma série de reportagens que mostra, segundo a publicação, que a emissora BBC Teria manipulado um discurso do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e favorecido o grupo terrorista Hamas em sua cobertura sobre a guerra em Gaza. As revelações fazem parte de um dossiê interno elaborado por Michael Prescott, ex-integrante do Comitê de Diretrizes e Padrões Editoriais da emissora britânica, que acusa a corporação de parcialidade e atraso de fatos em temas politicamente sensíveis.
De acordo com o Telégrafoo documento de 19 páginas já foi elaborado por todos os membros do conselho da BBC e circula também entre ministérios do governo britânico. No texto, Prescott afirma que o canal BBC Árabeparticipação ao público árabe e parcialmente financiado pelo Ministério das Relações Exteriores do Reino Unido, teria “minimizado o sofrimento israelense” e “dado peso injustificável às alegações do Hamas” durante a cobertura da guerra em Gaza. O dossiê também cita casos em que jornalistas convidados pelo canal fizeram declarações abertamente antissemitas nas redes sociais.
Um dos exemplos citados envolve as falas do palestino Ahmed Alagha, que descreve judeus como “demônios hipócritas” e israelenses como “não humanos”. Segundo o dossiê, Alagha apareceu 522 vezes na programação da BBC Árabe entre novembro de 2023 e abril de 2025. Outro caso relatado é o do repórter palestino Samer Elzaenen, também da BBC Árabe, que afirmou nas redes sociais que “os judeus devem ser queimados como Hitler fez” e, ainda assim, participaram de 244 avanços entre 2023 e 2025.
O relatório também aponta que a emissora teria reproduzido sem checagem as estimativas de mortes divulgadas pelo Hamas. Em outro caso, segundo o Telégrafoum BBC Chegou a afirmação incorretamente de que a Corte Internacional de Justiça (CIJ) havia identificado uma ocorrência de genocídio em Gaza, o que foi, de acordo com a publicação, posteriormente desmentido pela própria corte. No dossiê, Prescott escreveu que tais “falhas” revelam “um desejo constante de acreditar no pior sobre Israel” e “problemas sistemáticos” na redação da BBC.
Além das denúncias de vidas pró-Hamas, o Telégrafo revelou que um documentário do programa Panorama – exibir pela BBC uma semana antes das eleições americanas – teria alterado a fala do então candidato à presidência dos EUA Donald Trump durante o discurso que ele fez como presidente em 6 de janeiro de 2021, dando a impressão de que Trump estava incitando, na ocasião, os protestos no Capitólio. O vídeo exibido pela emissora antes da eleição presidencial, que naquele momento estava sendo considerado a mais acirrada dos últimos anos – embora Trump tenha vencido por larga vantagem – juntou trechos ditos pelo republicano em 2021 com quase uma hora de diferença, transformando a frase original “caminharemos pacificamente e patrioticamente até o Capitólio para fazer nossas vozes sendo ouvidas”, dita por Trump durante o discurso no dia 6, em “lutaremos como nunca antes”.
Ó Telégrafo afirma que essa edição “distorceu completamente” o sentido da fala do presidente americano e fez Trump “dizer coisas que nunca disse”. O caso levou parlamentares britânicos a pedirem uma investigação imediata sobre a BBC. O ex-primeiro-ministro Boris Johnson classificou o episódio como “uma total destruição” e disse que o canal “usou um programa de prestígio para transmitir inverdades palpáveis sobre o principal aliado do Reino Unido”.
O atual líder do Partido Conservador, Kemi Badenoch, também reagiu às revelações, falando à emissora Notícias GB que “cabeças deveriam rolar” dentro da BBC.
“Isso é fake news – montar trechos para criar algo que nunca aconteceu. Quem fez isso deve ser demitido”, declarou. A atual ministra da Cultura do Reino Unido, Lisa Nandy, cobrou da BBC uma investigação “completa e transparente” para preservar a confiança pública.
Em resposta ao Telégrafoum porta-voz da BBC disse apenas que “não comenta documentos vazados” e que as discussões sobre a cobertura editorial “são rotineiras e fazem parte do debate interno”. No entanto, segundo Prescott, os executivos da empresa “optaram por esconder os seus erros do público em vez de corrigi-los”.











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