A tripulação chinesa da missão Shenzhou-20 pousou nesta sexta-feira (14) no campo de Dongfeng, na região da Mongólia Interior, no norte do país, a bordo da nave Shenzhou-21, depois que sua própria cápsula de retorno foi inutilizada por danos causados por detritos espaciais.
A cápsula que os transportados pousaram às 16h40 (5h40 em Brasília), informou a imprensa estatal chinesa.
Após a abertura da escotilha, a equipe médica confirmou no próprio local de pouso que Chen Dong, Chen Zhongrui e Wang Jie estão em “bom estado físico”.
A tripulação viaja 204 dias em órbita, um período que estabelece um novo registro de permanência para uma única equipe de astronautas chineses.
Durante a missão, eles realizaram quatro saídas extraveiculares e várias operações de transferência de carga, além de numerosos experimentos em áreas como física de microgravidade, ciência dos materiais e biologia espacial.
Shenzhou-21 completou normalmente as manobras prévias, incluindo a separação do módulo orbital e, posteriormente, a separação do módulo de propulsão. Depois disso, a cápsula iniciou sua descida.
Os três astronautas retornaram à Shenzhou-21 depois que os técnicos detectaram “microfissuras” no vidro de uma das janelas da cápsula, provavelmente causadas pelo impacto de detritos espaciais. Esse dano deixou a nave “inadequada” para uma descida tripulada segura, motivo pelo qual permanecerá em órbita para ser submetido a testes, de acordo com as autoridades do programa espacial chinês.

Shenzhou-21 chegou em 1º de novembro e apareceu acoplada à estação espacial chinesa, a Tiangong, como veículo de emergência. Os astronautas da Shenzhou-20 conviveram com seus sucessores na plataforma orbital durante os dias adicionais necessários para as verificações de segurança.
As redes sociais do gigante asiático acompanharam de perto o retorno mais tardio do que o previsto dos três astronautas. “Bem-vindos de volta a casa”, escreveram centenas de usuários na rede social Weibo, semelhante ao X, que está bloqueado no gigante asiático.
Lançada em abril passado, a tripulação da Shenzhou-20 completou mais de seis meses em órbita, realizando experimentos científicos e testes técnicos destinados a consolidar a operacionalidade da Tiangong.
O Tiangong (Palácio Celestial, em chinês) foi projetado para operar por pelo menos dez anos e pode se tornar a única estação espacial habitada do mundo após a retirada da Estação Espacial Internacional, prevista para o final desta década.
Nos últimos anos, Pequim reforçou seu programa espacial com missões ambiciosas, como o pouso da sonda Chang’e 4 na face oculta da Lua e a chegada a Marte com a Tianwen-1, e planeja construir, em conjunto com outros países, uma base científica no polo sul lunar.

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