O procurador-geral do Arizona, Kris Mayes, do Partido Democrata, anunciou na sexta-feira (1º) a abertura de uma investigação contra Donald Trump, candidato republicano à presidência dos Estados Unidos, por comentários que fez sobre a ex-deputada Liz Cheney.
Segundo informações da agência Reuters, num evento de campanha no estado na quinta-feira (31), Trump chamou um ex-parlamentar republicano de “falcão de guerra radical” – a expressão em inglês “war hawk” designa apoiadores e instigadores de guerras.
Cheney é filha de Dick Cheney, vice-presidente dos Estados Unidos na gestão de George W. Bush (2001-2009), que iniciou as guerras do Afeganistão e do Iraque.
“Vamos colocar-la com um rifle ali, com nove canos atirando nela, ok? Vamos ver como ela se sente sobre isso, você sabe, quando as armas forem apontadas para seu rosto”, disse Trump.
Mayes disse a uma emissora local que a investigação visa apurar se a declaração do republicano representava uma ameaça de morte.
“Já pedi ao chefe da minha divisão criminal para começar a analisar essa declaração para ver se ela se qualifica como uma ameaça de morte segundo as leis do Arizona”, disse o procurador-geral. A campanha de Trump negou e diz que o comentário teve apenas o objetivo de descrever Cheney como um “belicista”.
Liz Cheney esteve entre os poucos deputados do Partido Republicano que apoiaram um pedido de impeachment de Trump em 2021, após o ataque dos apoiadores do então presidente ao Capitólio. O pedido foi aprovado na Câmara dos Estados Unidos, mas rejeitado no Senado por não atingir dois terços dos votos.
Depois, Cheney fez parte de uma comissão legislativa que investigou a invasão à sede do Congresso americano. Ela caiu em desgraça entre os republicanos e em 2023 deixou de ser deputada pelo Wyoming, após ter perdido as prévias locais do partido em 2022. Na campanha presidencial deste ano, manifestou apoio à democrata Kamala Harris.
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