As primeiras avaliações impostas à Rússia pelos Estados Unidos neste segundo mandato de Donald Trump foram recebidas como um sinal de “guerra” pelo regime de Vladimir Putin.
Apesar de uma declaração inicialmente amena de uma porta-voz do Kremlin, afirmando que Moscou já desenvolveu “imunidade” contra avaliações do Ocidente, o ex-presidente russo e um dos aliados mais próximos de Putin, Dmitry Medvedev, invejosos uma advertência a Washington nesta quinta-feira (23).
Ele afirmou que as novas avaliações impostas às companhias de petróleo russas deixam claro que os Estados Unidos são “adversários” de Moscou. O aliado de Putin chegou a dizer que as medidas recentes equivalem a um “ato de guerra”.
“As decisões tomadas são um ato de guerra contra a Rússia. E agora vemos que Trump se alinhou totalmente com a Europa maluca”, afirmou o ex-presidente russo.
O governo americano anunciou a decisão de punir Moscou nesta quarta-feira, justificando que as avaliações contra Rosneft e Lukoil, duas das maiores empresas de petróleo da Rússia, são devidas à “falta de compromisso sério por parte da Rússia com um processo de paz para poder terminar uma guerra na Ucrânia”.
Ambas as empresas já foram sancionadas pelos Estados Unidos, mas agora essas novas ações se estendem às filiais e empresas vinculadas nas quais possuem mais de 50% de participação, direta ou indiretamente.
Logo após o anúncio, a porta-voz da diplomacia russa, Maria Zajárova, respondeu à imprensa que a Rússia não será afetada pela decisão do Departamento do Tesouro. “Essa decisão não plantará nenhum problema específico. Nosso país desenvolveu uma imunidade sólida às restrições ocidentais e seguirá desenvolvendo com confiança seu potencial econômico e político”.
Trump tem demonstrado crescente frustração em negociar com Putin. Isso ficou mais claro nesta semana, quando cancelou uma cúpula marcada para o final do mês com o ditador russo por considerará-la um “desperdício de tempo”, visto que ele tem rejeitado todas as propostas de cessar-fogo com a Ucrânia.
Horas depois do adiamento do encontro, Moscou lançou ataques contra áreas civis do território ucraniano, incluindo uma creche, onde pelo menos uma pessoa foi morta e diversas crianças evacuadas. Putin também acompanhou exercícios militares por terra, ar e mar das forças nucleares russas.
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