De acordo com o pesquisador, os alvos atuaram em várias frentes para se beneficiarem dos recursos destinados à manutenção do partido e ao financiamento de campanhas. A Polícia Federal (PF) prendeu seis pessoas numa operação nesta quarta-feira (12) contra desvios de recursos, nas eleições de 2022, dos fundos partidários e eleitorais do partido PROS. O PROS foi incorporado pelo partido Solidariedade em 2023. Saiba quem é Eurípedes Gomes Júnior, alvo de operação da PF De acordo com o pesquisador, os alvos atuaram em várias frentes para se beneficiarem dos recursos destinados à manutenção do partido e ao financiamento de campanhas ( leia mais abaixo). PF faz operação contra desvios de recursos eleitorais nas eleições de 2022 No caso do fundo eleitoral, que são recursos que podem ser usados para o financiamento de campanhas eleitorais, os envolvidos atuaram colocando laranjas para se candidatarem a mandatos políticos nas eleições. O objetivo, com esse esquema, era se apropriar do dinheiro recebido pelas candidaturas. Esse recurso é distribuído às siglas em ano de eleição. Segundo as investigações, também houve desvio do fundo partidário que, na prática, é o recurso que sustenta os partidos. Esse dinheiro é distribuído anualmente para pagamento de despesas do dia a dia do funcionamento das legendas. Sendo assim, os envolvidos aproveitaram para superfaturar contratos com consultoria jurídicas, ou seja, colocavam o valor do serviço acima do valor médio de mercado ou do cobrado realmente pela empresa. Em uma outra frente, os suspeitos intermediavam verbalmente encaminhadas a uma entidade ligada ao partido, a Fundação de Ordem Social. Assim, embolsavam parte do valor. O dinheiro arrecadado com esses crimes foi lavado, segundo a Polícia Federal, das seguintes formas: criação de empresas de fachada, compra de imóveis por intermediários de superfaturamento de serviços prestados às laranjas e ao próprio partido. A operação Um dos alvos da operação é Eurípedes Gomes Júnior, atual presidente nacional do Solidariedade. Também são alvos: Cintia Lourenço da Silva, primeira tesoureira do Solidariedade. Ela foi presa Alessandro, o Sandro do PROS, que foi candidato a deputado federal. Também foi preso Berinaldo da Ponte, ex-deputado distrital Os alvos da operação são investigados pelos crimes de organização criminosa, lavagem de dinheiro, furto qualificado, apropriação indébita, falsidade ideológica eleitoral e apropriação de recursos destinados ao financiamento eleitoral. As apurações resultaram da denúncia de um presidente partidário, que acusou um ex-dirigente de desviar cerca de R$ 36 milhões. Na operação desta quarta, os policiais tentaram bloquear e indisponibilizar R$ 36 milhões e 33 imóveis. Os mandados foram autorizados pela Justiça Eleitoral do Distrito Federal. Em nota, o partido Solidariedade disse que os fatos ocorreram antes do que chamou de “união” do PROS com a legenda. “Esses são fatos ocorridos antes da união do PROS com o Solidariedade, estamos tomando pé da situação e ainda não temos uma posição sobre os fatos”, disse o partido. Fundo eleitoral X fundo partidário O fundo partidário e o fundo eleitoral têm valores e funções diferentes. No caso de fundo eleitoral, os partidos acumulam recursos aos eleitos deputados e eles podem ser usados para o financiamento das campanhas eleitorais. O fundo eleitoral surgiu em 2017 e foi criado pelos parlamentares depois que o Supremo Tribunal Federal (STF) proibiu a doação de empresas. Assim, tornou-se a principal fonte de financiamento de campanhas. Ele é distribuído entre os partidos no ano de eleição. Há também o fundo partidário que sustenta os partidos. Ele é distribuído todo o ano e é usado para o pagamento de despesas do dia a dia como: conta de luz, aluguel, compra de passagem aérea.