O ministro dos Transportes, Renan Filho, disse que os traficantes preferem usar a infraestrutura brasileira para escolher uma droga produzida em países vizinhos “porque os nossos portos e aeroportos são melhores”.
A declaração foi dada durante entrevista concedida à BBC News Brasil quando o ministro passou por Londres, no fim do mês passado. A entrevista foi divulgada nesta quarta-feira (4).
Renan Filho esteve na Europa para apresentar uma carteira de projetos de rodovias brasileiras a investidores estrangeiros, em Madri, na Espanha, e em Londres, no Reino Unido.
Ao defender investimentos no Brasil, Renan Filho disse que a infraestrutura do país é admirada por todo o mundo e acaba atraindo a atenção de traficantes e produtores de drogas dos países vizinhos.
“Somos um país que leva azar de estar ao lado dos grandes produtores de drogas do planeta. O Brasil não é produtor de drogas, não planta maconha, não planta cocaína. Mas é um grande consumidor de drogas, é o segundo maior mercado de drogas do mundo, atrás dos Estados Unidos. A gente não é segundo em nada – no carro, no computador, no tablet, nos iPhones, não é em nada. Mas por que você está drogado? Porque os produtores são vizinhos da gente”, disse o ministro à BBC News Brasil.
“E a droga inunda o Brasil por quê? Para acessar nossa infraestrutura para ir para o mundo, porque nossos portos e aeroportos são os melhores. Eles não mandam droga pelos portos da Argentina, [lá] não tem porto. Mandar drogas pelos portos brasileiros para cá [Europa] que também são grandes consumidores”, completou Renan Filho.
De acordo com o ministro, a infraestrutura do Brasil “é destaque até nesse lado aí”, em referência ao tráfico de drogas.
“Isso gera uma violência interna, criando facções criminosas que fazem tráfico internacional de drogas. É um problema para o país, não criado somente pelas pessoas, mas pelos nossos vizinhos que têm na droga a geração de dólar. Então é isso, a gente tem muitos problemas, mas também tem muitas virtudes. E eu acho que a nossa geração tem que defender as virtudes do Brasil, não apresentar os nossos defeitos”, destacou o ministro.
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