O Tribunal de Contas da União (TCU) abriu um processo para apurar a intenção do presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, de terceirizar a administração dos ativos da instituição — que incluem as reservas internacionais do Brasil. A afirmação ocorreu na semana passada, durante uma entrevista de Campos Neto ao canal de uma consultoria de investimentos no YouTube.
De acordo com a representação do Ministério Público no TCU, assinada pelo subprocurador-geral Lucas Rocha Furtado, “em regra, as atividades estatais que não são passíveis de delegação ao setor privado são as atividades tipicamente estatais. A meu ver, a administração das reservas internacionais do país certamente se enquadra nessa categoria”.
• Compartilhe esta notícia no WhatsApp
• Compartilhe esta notícia no Telegram
O documento pede à corte para “apurar os indícios de irregularidades noticiados a despeito do interesse do atual presidente do Banco Central, sr. Roberto Campos Neto, em terceirizar a gestão de ativos do Banco Central especialmente com relação à administração das reservas internacionais do Brasil proferido em entrevista do gestor ao canal no YouTube da consultoria de investimentos Black Rock Brasil no dia 20.07.2023”.
Furtado solicita ainda ao TCU que tome uma decisão liminar imediata para que o Banco Central “se abstenha de realizar quaisquer tratativas sobre a possibilidade de terceirizar a gestão das reservas financeiras internacionais brasileiras, hoje integralmente administradas pela autoridade monetária”.
Procurado, o Banco Central ainda não respondeu ao contato da reportagem.