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Se não fosse o 'caso Marielle', Câmara já teria derrubado prisão de Brazão, avaliam deputados

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O deputado Chiquinho Brazão (sem partido-RJ) em imagem de setembro de 2023
Zeca Ribeiro/Câmara dos Deputados
Deputados ouvidos pelo blog avaliam que, não fosse a comoção gerada pelo assassinato da vereadora Marielle Franco (PSOL-RJ) de 2018 para cá, a Câmara já teria revogado a prisão do deputado federal Chiquinho Brazão (RJ).
Brazão foi preso há três semanas como um dos supostos mandantes do crime. Como tem mandato na Câmara, essa prisão precisa ser chancelada (ou revogada) pelos deputados em plenário.
Mesmo assim, o clima a favor da punição já arrefeceu na Câmara – e hoje, alguns colegas de Brazão defendem que a votação só ocorra depois de esclarecimentos do Supremo Tribunal Federal (STF).
Entre esses esclarecimentos, os deputados citam documentos que possam provar que a prisão de Domingos Brazão não foi determinada apenas com base na delação de Ronnie Lessa, assassino confesso de Marielle Franco e Anderson Gomes.
Os parlamentares também querem saber quais são os indícios de que Chiquinho Brazão estaria praticando obstrução de Justiça – outro argumento que levou à prisão no fim de março.
Esses deputados afirmam que, enquanto esse material não for apresentado e a prisão não for avaliada, na prática, Brazão segue preso. Ou seja, não haveria dano às investigações.
Chiquinho e Domingos Brazão são transferidos de presídio
Placar incerto
Na reunião de líderes desta terça-feira (9) com o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), muitos dos presentes reclamaram que a ordem de prisão contra Brazão era “frágil” – e que não se poderia abrir esse precedente “só” porque se trata do caso Marielle Franco.
Segundo esse grupo, hoje a ordem é contra Chiquinho Brazão – mas “amanhã”, outros deputados podem ser alvo de um pedido de prisão com base em uma delação sem provas.
Nenhum deputado se arrisca a cravar placar, seja na Comissão de Constituição e Justiça ou no plenário da Casa.
Contra Brazão, pesa o fato de que a votação é aberta e nominal. Como o crime foi cruel e repercutiu mundialmente, esse constrangimento pode pesar.
Um dos líderes, no entanto, afirmou na reunião desta terça que sua bancada pode terminar votando majoritariamente contra a prisão.

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