Fernando Cerimedo é uma das 37 pessoas mencionadas pela PF pelos crimes de abolição violenta do estado democrático, golpe e organização criminosa, incluindo Jair Bolsonaro e ex-ministros. Fernando Cerimedo, influenciador argentino Reprodução/Redes sociais O influenciador argentino Fernando Cerimedo é o único estrangeiro entre os 37 indiciados pela Polícia Federal nesta quinta-feira (21) por tramarem um golpe de Estado no país. A conclusão do inquérito aponta uma organização criminosa que atuou de forma coordenada na tentativa de golpe para manter Bolsonaro após a derrota na eleição de 2022. A investigação começou no ano passado e foi concluída dois dias após a PF prender 4 militares e um policial federal acusados de tente matar Lula, Alckmin e Moraes. ✅ Clique aqui para seguir o canal de notícias internacionais do g1 no WhatsApp Cerimedo é um influenciador de direita, dono de um canal chamado “La Derecha Diário” e próximo, entre outros, ao deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP). Além de apoiar informalmente a campanha de Jair Bolsonaro (PL) à reeleição em 2022, ele atuou como consultor externo e coordenador de estratégia digital da campanha de Javier Milei à Presidência da Argentina, em 2023. Ao contrário de Bolsonaro, Milei saiu vencedor do pleito . Falsas denúncias de fraudes Em 2022, Cerimedo participou da campanha para descredibilizar a eleição de qual Bolsonaro saiu derrotado. Em uma “live”, o influenciador apresentou alegações apócrifas e falsas sobre as urnas eletrônicas para justificar o fato de o candidato do PL ter tido menos votos que Lula. Uma das declarações do vídeo, sem provas é a de que algumas das urnas, de fabricação anterior a 2020, não foram auditadas. A informação é falsa, porém. No mesmo vídeo, Cerimedo também diz que algumas urnas tinham dois programas rodando em paralelo, já que elas apresentavam dois troncos. A informação também carece de provas, já que mais de um log pode ser gerado por uma mesma máquina, caso o servidor da Justiça Eleitoral digite um número errado no momento de inserir a senha, por exemplo. Próximos passos ➡️ O indiciamento significa que a PF viu fatos suficientes para considerar que Bolsonaro, Braga Netto e Cid e os demais indiciados têm participação na trama golpista que tentaram tirar o mandato do presidente eleito em 2022, Luiz Inácio Lula da Silva (PT). A PF apresentou o relatório com os indiciamentos para o Supremo Tribunal Federal (STF). Agora, o ministro relator do caso, Alexandre de Moraes, deverá enviar o material para análise da Procuradoria-Geral da República (PGR). Se a PGR entender que há elementos suficientes que demonstram a participação nos atos, oferecerá à Justiça uma denúncia contra os envolvidos. Só se a denúncia por acolhida pelo STF é que Bolsonaro e seus auxiliares viraram réus. O que a PF investiga? PF conclui inquérito do golpe e indicia Bolsonaro e ex-ministros Desde o ano passado, a PF investiga uma tentativa de golpe de Estado e iniciativas nesse sentido que ameaçaram o país entre 2022 e 2023, após Lula ter sido eleito — vencendo Bolsonaro nas urnas — e até pouco depois de ele ter tomado posse. A investigação remonta aos discursos de altas autoridades do governo Bolsonaro para descreditar a urna eletrônica e o Tribunal Superior Eleitoral (TSE), e se estende até o fim de 2022. Passa, portanto, pelas “minutas do golpe” encontradas na casa do ex-ministro Anderson Torres, no celular de Mauro Cid e na sede do PL em Brasília; e pelo plano, revelado pela operação Contragolpe na última terça (19), que prevê inclusive o assassinato de autoridades. Os atos golpistas de 8 de janeiro de 2023, embora também se relacionem com uma tentativa de protesto de Lula da Presidência da República, são investigados em um inquérito separado.
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