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Reforma tributária pode turbinar preços de chocolates, salgadinhos e refrigerantes – Notícias

Reforma Tributaria Pode Turbinar Precos De Chocolates Salgadinhos E Refrigerantes.jpeg

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A aprovação da reforma tributária pode turbinar os impostos sobre alimentos ultraprocessados, como chocolates, refrigerantes, salgadinhos e enlatados. O tema está sendo debatido na Comissão de Saúde e na Comissão Especial da Reforma Tributária, ambas na Câmara dos Deputados.


Nas linhas gerais, a reforma tributária propõe a unificação de cinco tributos em um único, que seria o Imposto sobre Valor Agregado, ou IVA. A aprovação dessa medida vai impactar a indústria e a sociedade de um modo geral, mas deve atingir com mais força os alimentos ultraprocessados, açucarados, bebidas alcoólicas e tabaco, pois seria criado um Imposto Seletivo para sobretaxar produtos negativos à saúde e ao meio ambiente.


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Além disso, também está em discussão a retirada dos ultraprocessados ​​dos itens da cesta básica, que pagam menos impostos no país. O objetivo das medidas não é arrecadar, mas inibir o consumo.

Para especialistas, o sistema tributário não favorece à alimentação saudável e não existe uma política tributária que beneficie alimentos orgânicos ou agroecológicos.

O IPI e o ICMS buscam fazer esse papel, mas existem distorções na regra. É o que aponta a diretora da ACT Promoção da Saúde, Paula Johns. Ela cita, por exemplo, que a salsicha tem a mesma intimidade do arroz e do feijão e que o IPI é isento para produtos como macarrão instantâneo, nuggets e néctar de frutas. Outra distração é o fato de que o suco de uva orgânico paga mais impostos que o néctar de uva.





Para ela, os ultraprocessados ​​deveriam ter uma compreensão maior e específica, assim como acontece com o cigarro e com o álcool. “A gente precisa igualar o entendimento de ultraprocessados ​​para o entendimento que temos do cigarro hoje”, afirma.

Ainda segundo o especialista, o consumo desses produtos tem aumentado sistematicamente, principalmente, entre uma população mais vulnerável. Além disso, os choques energéticos têm mais impacto sobre os alimentos saudáveis, fazendo com que os alimentos menos nutritivos se tornem mais acessíveis do que os alimentos in natura ou minimamente processados.


“Havia uma previsão de que já se tinha de que o preço dos ultraprocessados ​​se tornaria mais acessível do que a comida de verdade a partir de 2025, já aconteceu em 2022, e isso é um dado muito assustador quando a gente sabe que preço é uma chave política para conseguir reduzir o consumo”, afirma Johns.

A coordenadora-geral de Doenças e Agravos Não Transmissíveis do Ministério da Saúde, Letícia Cardoso, afirma que os alimentos ultraprocessados, o álcool e o tabaco estão ligados a doenças não transmissíveis como câncer, diabetes e cardiopatias.





Indústria é contra imposto seletivo


O presidente-executivo da Associação Brasileira da Indústria de Alimentos (ABIA), João Dornellas, criticou o que chamou de “grupos de pressão contra os alimentos ultraprocessados” e disse que a indústria faz a defesa de uma “dieta equilibrada”.

“Processar alimentos torna os alimentos mais seguros. Não podemos esquecer que há outros problemas que não podemos esquecer. Há poucos dias, a Polícia Federal apreendeu 11 toneladas de queijo minimamente processado. A indústria, pelo contrário, processa, porque está comprometida com a saúde do brasileiro”, afirmou.


Na visão do deputado Daniel Soranz (PSD-RJ), a participação extra sobre produtos negativos à saúde induz a população a consumir itens mais saudáveis, no entanto, o debate ainda precisa ser aprofundado no Brasil.

“Nos principais países do mundo, nos mais apresentados, o Imposto Seletivo é natural e acontece há bastante tempo. Mas essa discussão inda precisa ser aprofundada. Temos que conseguir discutir o tema para que seja um debate amplo com toda a sociedade”, finalizou.

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