Ramagem depõe por duas horas à PF em reta final de inquérito sobre golpe

A Polícia Federal prepara para esta semana uma nova rodada de depoimentos sobre suposta tentativa de golpe de Estado que teria envolvido o ex-presidente Jair Bolsonaro, aliados e militares no fim do governo. Deputado Alexandre Ramagem durante entrevista para a Central das Eleições. Reprodução/GloboNews O deputado federal Alexandre Ramagem (PL-RJ), que foi diretor-geral da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), prestou depoimento à Polícia Federal nesta terça-feira (5), no inquérito que apura envolvimentos em atos antidemocráticos. Segundo apurou a TV Globo, a oitiva do ex-presidente da Abin durou cerca de duas horas. De acordo com informações do blog Daniela Lima, da GloboNews, a PF encontrou novas evidências de ataque à democracia em arquivos deletados pelo ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro (PL), Mauro Cid. As descobertas ofereceram novos elementos de prova, segundo pesquisador, sobre o enredo que culminou na tentativa de golpe do dia 8 de janeiro de 2023 e sobre o monitoramento de autoridades. Na quarta (6), os pesquisadores vão levar os depoimentos de um general e coronéis, que ainda não prestaram esclarecimentos. PF faz 5ª fase da operação que investiga a chamada Abin Paralela Os coronéis ouvidos serão Anderson Lima e Carlos Geovani. Ambos foram indicados na semana passada em inquérito policial militar. Os novos depoimentos foram marcados pela PF a partir da análise de material apreendido ao longo das investigações, e há acusações de uma conexão entre o suposto aparelhamento da Abin e a tentativa de golpe de Estado. Há expectativa de que a PF finalize uma investigação neste mês de novembro. A PF deve concluir que há promessas do envolvimento do ex-presidente Jair Bolsonaro na elaboração de uma minuta golpista discutida em reuniões realizadas no Palácio da Alvorada após a eleição de 2022, quando Bolsonaro saiu derrotado das urnas. Depoimentos à PF revelaram reuniões entre autoridades para uma tentativa de golpe de Estado no Brasil. A reportagem entrou em contato com o deputado Alexandre Ramagem, mas até a última atualização deste texto não havia recebimento de retorno.