General da reserva do Exército foi ministro da Casa Civil e da Defesa do governo Bolsonaro e candidato a vice na chapa que perdeu a eleição presidencial de 2022. Veja a relação entre Braga Netto e Bolsonaro A Polícia Federal prendeu neste sábado (14) Walter de Souza Braga Netto, ex-ministro de Jair Bolsonaro. O Blog da Andréia Sadi noticiou a prisão em primeira mão. Preso no Rio de Janeiro, em Copacabana, Braga Netto é alvo do inquérito do golpe. A PF realiza buscas na casa dele. O ex-ministro foi entregue ao Comando Militar do Leste e ficará sob custódia do Exército. A defesa de Braga Netto disse que vai provar que ele não é atuoso para obstruir as investigações do inquérito que apura uma tentativa de golpe de Estado em 2022. Walter de Souza Braga Netto é general da reserva do Exército, ex-ministro-chefe da Casa Civil e da Defesa do governo Bolsonaro e candidato a vice na chapa que perdeu a eleição presidencial de 2022. Nascido em Belo Horizonte (MG), o militar tem 67 anos. Ele entrou para o Exército em 1975. Veja o que a PF disse sobre Braga Netto: Do plano para matar Lula ao comando do gabinete de crise; relembre as suspeitas Braga Netto estimulou ataques e pressões aos chefes do Exército e da Aeronáutica para não aderirem às ações golpistas, diz PF Em 1977, esteve na mesma turma de Luiz Eduardo Ramos, que também foi ministro no governo Bolsonaro, e Edson Pujol, ex -comandante do Exército, na Academia Militar das Agulhas Negras (Aman). Em 2009, Braga Netto foi promovido a general e chefe nomeado do Estado-Maior do Comando Militar do Oeste. Em 2016, o militar foi um dos responsáveis pela coordenação da segurança durante a Olimpíada do Rio. E, naquele mesmo ano, assumiu o Comando Militar do Leste, onde chefiou 50 mil militares no Rio, no Espírito Santo e em Minas Gerais. O General Braga Netto Beto Barata/Presidência da República Em 2018, foi nomeado interventor da Segurança no Rio de Janeiro, durante o governo de Michel Temer (MDB), comandando as polícias Civil e Militar, o Corpo de Bombeiros e o sistema penitenciário do estado. Em fevereiro de 2020, Braga Netto entrou no governo Bolsonaro como ministro da Casa Civil. No ano seguinte, trocou de posição e assumiu o Ministério da Defesa. Um ano depois, deixou o ministério no prazo para concorrer às eleições de 2022 – ele acabou sendo o candidato a vice-presidente na chapa derrotada de Jair Bolsonaro. O que se sabe da ação que prendeu Braga Netto A Polícia Federal investiga uma tentativa de golpe de Estado no Brasil. A conclusão do inquérito aponta uma organização criminosa que atuou de forma coordenada na tentativa de golpe para manter Bolsonaro após a derrota na eleição de 2022. A investigação começou no ano passado e foi concluída dois dias depois que a Polícia Federal (PF) prendeu 4 militares e um policiais federais acusados de tentar matar Lula, Alckmin e Moraes. Em novembro, 37 pessoas foram indiciadas suspeitas de: abolição violenta do Estado democrático de Direito, golpe de Estado e organização criminosa. Ao pedir a prisão preventiva de Braga Netto neste sábado, a PF argumentou a liberdade de Braga Netto representa um risco à ordem pública devido à possibilidade de voltar a cometer ações ilícitas. Teve participação relevante nos atos criminosos. Nas palavras de um investigador, era “a cabeça, o mentor do golpe-mas sob comando de Bolsonaro”. A Polícia Federal diz que Braga Netto: Coordenou ações ilícitas realizadas por militares com formação em Forças Especiais (“kids pretos”) Entregou dinheiro em uma sacola de vinho para financiar as operações Tentou obter dados sigilosos do acordo de colaboração de Mauro Cid, ex- ajudante de ordens de Bolsonaro. Tentou controlar as informações fornecidas e alinhar versões entre os investigados Teve ação eficaz na coordenação das ações clandestinas para tentar prender e executar o ministro do Supremo Tribunal Federal Alexandre de Moraes A defesa de Braga Netto Em nota divulgada neste sábado (14), a defesa do O general da reserva Walter Souza Braga Netto afirmou que comprovará que o ex-ministro não atuou para obstruir as investigações do inquérito que apura uma tentativa de golpe de Estado em 2022. “Entretanto, com a crença na observância do processo devido legal, teremos a oportunidade de comprovar que não houve qualquer interferência nas investigações”. Assinam o comunicado dos advogados Luís Henrique César Prata, Gabriella Leonel de S. Venâncio e Francisco Eslei de Lima.